ARTIGO ORIGINAL / ORIGINAL ARTICLE                       

ACCOUNTABILITY: UMA OBSERVAÇÃO SOBRE O NÍVEL DE TRANSPARÊNCIA DE MUNICÍPIOS

                                                                                     Accountability: a Note on the Level of Transparency of Municipalities

Accountability: una Observación sobre el Nivel de Transparencia de Municipios

Filipy Furtado Sell

Doutorando em Contabilidade na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

http://lattes.cnpq.br/7867452877557402

professor@sellcontabilidade.com.br

 

Graciele Lima Sampaio

Mestre em Ciências Contábeis pela Universidade Regional de Blumenau - FURB

Professora da Universidade Católica de Pelotas – UCPEL e Professora Substituta da Universidade Federal do Rio Grande – FURG.

http://lattes.cnpq.br/0749775406490015

https://orcid.org/0000-0001-6943-6484

graciele_sampaio@yahoo.com.br

 

Vinícius Costa da Silva Zonatto

Pós-doutor em Ciências Contábeis (UNISINOS) (Controle de Gestão)

Doutor em Ciências Contábeis e Administração (FURB) (Controladoria)

Professor Adjunto da Universidade Federal de Santa Maria

http://lattes.cnpq.br/1916486402947867

https://orcid.org/0000-0003-0823-6774

viniciuszonatto@gmail.com

 

Carlos Eduardo Facin Lavarda

Doutorado em Contabilidade pela Universitat de Valencia, Espanha

Bolsista CNPq

Professor do Departamento de Ciências Contábeis

http://lattes.cnpq.br/0990433322587449

http://orcid.org/0000-0003-1498-7881

eduardo.lavarda@ufsc.br

 


Resumo: O presente estudo tem por objetivo verificar o nível de accountability nos municípios da Região Sul do Brasil, segregando entre os 10 municípios mais e menos populosos de cada Estado, contemplando 60 municípios. Para identificar o nível de transparência utilizou-se a metodologia adaptada de Keunecke, Teles e Flach (2011) e Speck (2014), após verificou-se a correlação de Kendall para identificar se há relação entre o nível de accountability e os indicadores socioeconômicos e econômico-financeiro dos municípios. Os achados demonstram que o maior nível de accountability foi em Joinville (SC) e o menor em Jardinópolis (SC); e dentre os Estados o maior nível de accountability foi do Paraná, seguido por Rio Grande do Sul e Santa Catarina, respectivamente. Quanto a relação entre os indicadores pode-se inferir que quanto maior o nível de Accountability nos municípios maior tende ser o níveis de Desempenho Socioeconômico e do Desempenho Econômico-Financeiro.

 

Palavras-chave: Accountability; Setor Público; Municípios; New Public Management.

Abstract: The present study aims to verify the level of accountability in the municipalities of the Southern Region of Brazil, segregating among the 10 more and less populous cities of each State, contemplating 60 municipalities. In order to identify the level of transparency, the methodology adapted from Keunecke, Teles and Flach (2011) and Speck (2014) was used. After was verified the Kendall's correlation to identify if there is a relation between the level of accountability and socioeconomic indicators and economic-financial situation of the municipalities. The results show that the highest level of accountability was in Joinville (SC) and the lowest in Jardinópolis (SC); and among the states the highest level of accountability was from Paraná, followed by Rio Grande do Sul and Santa Catarina, respectively. Regarding the relationship between indicators, it can be inferred that the higher the level of Accountability in the municipalities, the higher the level of Socioeconomic Performance and of Economic-Financial Performance tend to be.

 

Keywords: Accountability; Public sector; Counties; New Public Management

 

Resumen: El presente estudio tiene por objetivo verificar el nivel de accountability en los municipios de la Región Sur de Brasil, segregando entre los 10 municipios más y menos poblados de cada Estado, contemplando 60 municipios. Para identificar el nivel de transparencia se utilizó la metodología adaptada de Keunecke, Teles y Flach (2011) y Speck (2014). Después de que se verificó la correlación de Kendall para identificar si existe relación entre el nivel de accountability y los indicadores socioeconómicos, económico y financiero de los municipios. Los hallazgos demuestran que el mayor nivel de accountability fue en Joinville (SC) y el menor en Jardinópolis (SC); y entre los Estados el mayor nivel de accountability fue de Paraná, seguido por Rio Grande do Sul y Santa Catarina, respectivamente. En cuanto a la relación entre los indicadores se puede inferir que cuanto mayor el nivel de Accountability en los municipios mayor tiende a ser el nivel de Desempeño Socioeconómico y el nivel del Desempeño Económico-Financiero.

 

Palabras clave: Accountability; Sector Público; Municipios; New Public Management.


 

Texto completo em português: http://www.apgs.ufv.br

Full text in Portuguese: http://www.apgs.ufv.br


1     INTRODUÇÃO

A New Public Management (NPM) orienta mudanças na gestão pública visando aumentar a eficiência e eficácia e dispender maiores esforços no processo de tomada de decisão com base em inovações de sistemas de gestão contábil e accountability (Parker & Gould, 1999; Pérez-López, Prior & Zafra-Gómez, 2015). Os autores ainda destacam que as mudanças são impulsionadas pela globalização, pelas propostas de privatizações, pelo governo cingindo uma filosofia de facilitador das prestações de serviços públicos, ao invés de prestador direto do serviço e pela absorção de conceitos da contabilidade privada para o gerenciamento da coisa pública.

Campbell (1993), Gore (1995), Peters e Savoie (1996), destacam que as mudanças propostas para a gestão pública visam aumentar a eficiência, eficácia, medição do desempenho, capacitação dos servidores, redução burocrática e elaboração de prestações de contas mais transparentes. Neste sentido, Romzek (2000) salienta que nesse processo de mudanças um dos principais desafios é a divulgação de mais transparência na prestação de contas dos gestores públicos. Van der Hoek (2005) destaca que a NPM facilitará a comparação entre os dados dos países visando melhorar a gestão e o desempenho, fortalecendo o controle das contas públicas e facilitando a responsabilização dos gestores pela má gestão dos recursos públicos.

Nesse contexto tem-se uma crescente utilização dos meios eletrônicos e da rede mundial de computadores para a promoção da accountability, tanto nas empresas privadas como nos órgãos e empresas do setor público, com o intuito de diminuir os dispêndios aplicados na disponibilização de informações para o controle social (Akutsu & Pinho, 2002).

Observando os estudos de Cameron (2004), Schwella (2005) e Schillemans (2015), destaca-se como desafio e tendência de gestão para as lideranças públicas a busca da “boa governança” pública, compreendendo ações para fomentar a democratização da política, a transparência das ações governamentais e na accountability.

No Brasil, o Governo Federal, no ano de 2009, observando o cenário mundial referente à NPM, sancionou a Lei Complementar nº 131, ampliando os ditames da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). A ampliação define a disponibilização em tempo real dos dados concernentes à execução do orçamento e do financeiro, em “meios eletrônicos de acesso público”, com objetivo de assegurar a transparência dos gastos públicos e a fiscalização social.

Nesse sentido, Keunecke et al. (2011) afirmam que a LC nº 131/2009, intensifica as obrigações e responsabilidades, fazendo com que a administração pública preste contas dos recursos geridos e os órgãos responsáveis façam o devido acompanhamento (fiscalização). Bairral, Silva e Alves (2015) complementam que a transparência pública traz novas perspectivas para a “public accountability”, por passar a verificar se as informações estão sendo acessíveis aos que se destinam (cidadãos e órgãos fiscalizadores).

Alguns estudos anteriores abordam a accountability no âmbito público no Brasil, quais sejam: Campos (1990), como sendo um dos primeiros registros de estudos publicados no Brasil sobre accountability no setor público, sendo o foco do estudo a divulgação da accountability no cenário brasileiro; Akutsu e Pinho (2002), realizaram um estudo para analisar como a internet foi utilizada pelos gestores públicos para incrementar a accountability através de um estudo de caso em 20 portais das três esferas de governo; Platt Neto, Cruz, Ensslin e Ensslin (2007), efetuaram uma revisão da literatura acerca da importância da disponibilização da informação dos gastos públicos, por meios eletrônicos (devido a determinação legal), favorecendo o exercício da cidadania pela população.

Ainda sobre estudos anteriores: Keunecke et al. (2011), observaram o nível de transparência dos gastos públicos nos cinco municípios mais populosos de Santa Catarina; Raupp e Pinho (2013), realizaram um estudo nos endereços eletrônicos das Câmaras Municipais de Santa Catarina nos municípios abaixo de 10 mil habitantes para verificar o cumprimento da transparência das contas públicas, pesquisando 93 endereços eletrônicos; e Leite Filho, Colares e Andrade (2015), efetuaram uma pesquisa para averiguar se os maiores municípios mineiros cumprem a LC nº 131/209, disponibilizando as informações da execução orçamentária e financeira do município, em tempo real, descobrindo a condição de transparência da gestão fiscal pública municipal em tais municípios. 

No contexto apresentado, torna-se oportuno verificar o nível de accountability nos municípios brasileiros, para tanto, emerge a seguinte questão de pesquisa: Qual o nível de accountability nos municípios brasileiros da Região Sul do Brasil? Para responder à tal questão tem-se como objetivo verificar o nível de accountability nos municípios da Região Sul do Brasil.

Justifica-se o presente trabalho pela evidenciação de Nakagawa, Relvas e Dias Filho (2007) ao destacarem que accountability trata-se de um tema incipiente em pesquisas, encontrado em desenvolvimento no Brasil. Keunecke et al. (2011) recomendam a replicação e disseminação da metodologia utilizada em seu estudo, visando identificar o cumprimento da “Lei de Transparência”, identificando pontos de melhorias para um efetivo controle da gestão dos recursos públicos.

Cabe salientar que a pesquisa se torna relevante por contribuir com o tema em desenvolvimento no setor público; por ampliar a amostra utilizada nos estudos anteriores, visando uma maior evidenciação do nível e verificação dos determinantes de accountability nos municípios da Região Sul do Brasil; e por contribuir para a sociedade com informações acerca do cumprimento da legislação brasileira.

2        REFERENCIAL TEÓRICO

2.1     New Public Management

A New Public Management (NPM) teve início a partir dos anos 80 (destaque-se o Reino Unido, Nova Zelândia, Austrália e os países escandinavos) e nos anos 90 estendeu-se para os Estados Unidos da América e para o Brasil (Coutinho, 2000). Hood (1995) destaca como preceito base da NPM a diminuição/remoção de diferenças entre o setor público e o setor privado, alterando a ênfase de prestação de contas para um processo mais amplo, visando a evidenciação de resultados auferidos na gestão dos recursos públicos.

Segundo Hood (1995), pesquisadores têm associado a NPM com sete dimensões, sendo que dentre essas destacam-se quatro mudanças atreladas à eficiência e à prestação de contas, quais sejam: direcionamento à maior utilização de práticas de gestão que são utilizados no setor privado; maior ênfase na economia e disciplina na utilização de recursos públicos, buscando outras alternativas e formas menos onerosas de fornecer os serviços públicos; controle mais efetivo por gestores do topo, envolvendo regras de gestão pessoal para evitar o favorecimento pessoal em detrimento do social; e mudança para padrões mais explícitos e mensuráveis de desempenho organizacional, tanto em escala, nível e conteúdo dos serviços prestados em relação a padrões profissionais e experiências setoriais.

Quanto a NPM, Pereira (1996) destaca algumas características, como a descentralização política, observada pela transferência de recursos e atribuições políticas para governos regionais e locais (descentralização); organizações mais enxutas com poucos níveis hierárquicos; desígnio da confiança limitada em detrimento da total desconfiança; controle a posteriori, executado através da análise dos resultados dos processos administrativos; e a organização pública destinada ao atendimento do cidadão, visando o coletivo e não a interesses de minorias.

Nesse sentido, nota-se que a tendência da NPM tem sido caracterizada em algumas dimensões, como parte da reestruturação dos serviços públicos, caracterizados por casos de descentralização e privatização; mudança do estilo de gestão da administração pública com foco principal na gestão eficiente dos serviços públicos; esforços para demonstrar os ganhos de eficiência e os níveis de desempenho; e a responsabilização dos responsáveis pela gestão dos recursos públicos (Lapsley, 1999).

Cabe destacar que na NPM a contabilidade surge como elemento principal na nova concepção de prestação de contas, ofertando dados e métodos para análise e demonstração da aplicação dos recursos (Hood, 1995). Lapsley (1999) reforça orientando que a NPM oferece um papel fundamental para a contabilidade, visto que dela são extraídos dados para a elaboração de análises de medidas de desempenho.

A NPM tem forjado mudanças no pensamento, não só na contabilidade, mas em todas as áreas da gestão pública, fazendo com que a cautela e conservadorismo abram espaço para flexibilidade e para iniciativas de controles gerenciais, fato que tem demandado dos gestores uma visão focada no desempenho, no cidadão (Coutinho, 2000) e em abordagens proativas (Packer & Gould, 1999).

No contexto da administração voltada ao cidadão, Coutinho (2000) afirma que os avanços tecnológicos têm auxiliado nesse processo, através de softwares, redes de compartilhamento de dados internos e externos. Nesse sentido, destaca-se a utilização da internet (através de sites e portais de transparência) para disponibilização de dados a população integrando o governo com a sociedade (Coutinho, 2000). O autor ainda disponibiliza uma lista (não exaustiva) com orientação para a implantação de uma administração pública voltada ao cidadão, como segue na tabela abaixo:


 

Tabela 1 -Orientação para implantação de administração pública voltada para o cidadão

1.

Incentivar a formação de uma cultura administrativa centrada no cidadão;

2.

Promover mais liberdade de escolha aos cidadãos, aumentando as opções de serviços;

3.

Buscar apoio e sustentação política no Congresso, na Presidência, nos Ministérios ou nas Secretarias;

4.

Dispor de lideranças, formais ou informais, em todos os níveis, tanto nas altas gerências administrativas quanto dentro das organizações;

5.

Planejar cautelosamente o novo programa de serviço, no curto, médio e longo prazo, e realizar um projeto piloto para experiência e eventuais ajustes;

6.

Consultar stakeholders, isto é, indivíduos ou grupos que tenham interesse no desempenho do sistema ou organização;

7.

Investir no treinamento de pessoal e no capital tecnológico e logístico da organização;

8.

Criar parcerias baseadas na unificação de objetivos, igualdade de influência sobre as decisões, divisão equânime do reconhecimento pelo trabalho desenvolvido e nivelamento das políticas de recursos humanos;

9.

Compartilhar informações sobre requerimentos tecnológicos e equipamentos de comunicação entre parceiros;

10.

Divulgar e explicar as inovações planejadas, esclarecendo exaustivamente como os cidadãos podem utilizar o novo serviço e contribuir para o seu aperfeiçoamento;

11.

Segmentar a base de cidadãos-usuários em grupos para identificar suas expectativas quanto a tempo e modelos de atendimento. Em alguns casos, ao invés disso, o engajamento dos cidadãos deve ser concebido em termos da comunidade como um todo;

12.

Estabelecer padrões de qualidade no atendimento com base nas expectativas dos cidadãos, e compará-los com a eficiência e eficácia dos serviços já oferecidos;

13.

Medir a satisfação e percepções dos cidadãos, promovendo feedbacks por meio de uma maior variedade de instrumentos de consulta, e tendo alguém formalmente responsável e treinado em metodologia de pesquisa;

14.

Monitorar constantemente a implementação do projeto, fazendo os ajustes necessários; e

15.

Comunicar os resultados obtidos à sociedade, às organizações e a outros departamentos do governo.

 Fontes: Adaptado de Coutinho (2000).


Nesse sentido de implantação da NPM, Pollitt, Van Thiel e Homburg (2007) e Perci, Pieranti e Rodrigues (2008) ressaltam que há diferenças entre a NPM implantada em diversos países, pois a NPM tem que ser adaptada para a realidade cultural, social e política local. Os autores ainda destacam que a possibilidade de adaptação a situações e características específicas da administração pública se dá pela orientação da NPM à flexibilidade e aos processos inovadores.

Perci et al. (2008), enfatizam que um novo modelo de gestão pública possui processos próprios e diferentes da gestão pública tradicional, ou seja, as redes de governança modificam-se significativamente com a interação entre governo e a sociedade; e através da disponibilização de serviços por meio do setor privado ou do terceiro setor. Ao adaptar-se às características locais, deve-se observar a NPM como “um modelo normativo pós-burocrático para a estruturação e a gestão da administração pública baseado em valores de eficiência, eficácia e competitividade” (Secchi, 2009, p. 354).

Como há um crescente interesse dos governos e da sociedade para o alcance de melhores resultados no desempenho público (Pérez-López et al. 2015), torna-se salutar a constante avaliação do desempenho gestão pública (visando a eficiência e a eficácia) e à accountability (Ramos & Schabbach, 2012), visando fomentar a divulgação dos resultados e o controle social através dos sítios eletrônicos. Tal tema será abordado no próximo tópico.

2.2     Accountability

O surgimento da accountability pode estar relacionado à Revolução Industrial associado ao início do capitalismo, visto a necessidade de controle e responsabilização dos gestores pela utilização dos recursos (Pinho & Sacramento, 2009).  A expressão accountability aparece no cenário brasileiro no final do século XX, mesmo sendo recorrente na Inglaterra desde o final do século XVIII. Assim, em 1975, Anna Maria Campos inicia a pesquisa sobre a accountability, após ouvir pela primeira vez o termo em uma aula do curso de pós-graduação em administração pública nos Estado Unidos da América (EUA).

Já em 1990, teve-se a primeira publicação no Brasil utilizando o termo accountability, com a publicação do artigo “Accountability: quando poderemos traduzi-la para o português? ” na Revista de Administração Pública (RAP). Nesta publicação, Campos (1990) destaca que o conceito accountability ainda não foi compreendido pelos profissionais da administração pública e que não se encontra uma tradução literal para o português, fazendo com que o seu uso seja feito no idioma inglês, sendo, muitas vezes, o fator da não compreensão por aqueles que o utilizam.  Neste sentido, Pinho e Sacramento (2009), identificam que não há uma palavra em português para traduzir a expressão accountability e sim traduções diferentes, originando termos que convergem.  

No intuito de ampliar o entendimento do termo Pinho e Sacramento (2009) buscaram o significado em dicionários na linha inglesa, e destacam que a origem da palavra é antiga e consta nos dicionários ingleses desde 1794, mas não são todos que apresentam a palavra accountability, entretanto, naqueles que a contemplava identificou-se o significado como responsabilização e prestação de contas. Posteriormente os autores realizaram buscas nos dicionários de inglês-português com o objetivo de verificar possíveis traduções para o termo accountable, o qual foi o mais próximo encontrado por eles de accountability. Nessas buscas os autores identificaram como possíveis traduções as palavras “responsável” e “prestar contas”.

Com a intenção de ampliar o entendimento do conceito, Nakagawa et al. (2007) ressaltam após múltiplos estudos que a palavra “confiabilidade” como a forma mais adequada de traduzir a expressão accountability. Entretanto por questões culturais e acadêmicas os autores mantêm a utilização do termo em inglês em seus estudos

Pinho e Sacramento (2009), preocupados com o contexto em que essa expressão surge, qual seja, a Revolução Industrial e o início do capitalismo, ainda comentam que o termo accountability não deveria ser traduzido para o português em virtude da conjuntura histórica da administração pública brasileira. Os autores acrescentam que a palavra accountability está sendo utilizada no Brasil para expressar, de forma implícita, a responsabilização pessoal pelos atos praticados e, de forma explícita, a prestação de contas e transparência na esfera pública ou privada.

Nesse contexto, Raupp e Pinho (2013) afirmam que a expressão accountability demanda a disponibilização, pelo poder público, das informações de seu desempenho e dos resultados das análises de desempenho e gestão dos recursos públicos. Os autores ainda ressaltam que a prestação de contas não pode limitar-se ao cumprimento das leis de Responsabilidade Fiscal, Lei da Transparência e a Lei de Acesso a Informações Públicas, mas deve abranger uma análise avançada sobre a disponibilização de informações das contas públicas. Raupp e Pinho (2013) ainda mencionam que, os relatórios precisam ser apresentados em conjunto e de forma simplificada para a compreensão por todos os cidadãos.

Rocha (2013) destaca o que o conceito accountability é uma expressão estrangeira inserida na administração pública brasileira que não absorve seu conceito na totalidade, pois a tradução como “prestação de contas” expressa parte do todo. Além da prestação de contas deve-se considerar a sua concretização por meio do cidadão no momento que este exerce a escolha dos seus representantes no governo; e, em caráter mais específico, a partir da atuação da imprensa, das organizações e associações de sociedade civil e dos cidadãos por meio de fiscalizações nas diferentes estruturas de governo (Rocha, 2013). Rocha (2013) complementa que existem dois planos diferentes para accountability, suportado por O’Donnell (1998) ao realizar a diferenciação de accountability de forma vertical e horizontal. A forma vertical é fruto da ação política do cidadão e a horizontal ocorre a partir do Estado, por meio dos órgãos e agências estatais (O’Donnell,1998; Rocha, 2013).

Campos (1990) destaca que a obrigação que está inserida no termo accountability expressa à responsabilidade do indivíduo diante de outro, traduzindo o que o indivíduo portador de cargo público necessita proporcionar. Neste sentido Rocha (2013) e Schillemans (2015) corrobora afirmando que accountability é uma forma de avaliar e responsabilizar os indivíduos portadores de cargos públicos pelo uso do poder a eles conferido pelos cidadãos, além de intensificar a interação entre os cidadãos e os gestores.

Nesse contexto fica evidente que o termo accountability traduzido para o português como “prestação de contas” e “responsável” não corresponde à totalidade da conceituação aplicada ao contexto brasileiro. Assim, ressalta-se a necessidade da accountability por meio do acompanhamento e fiscalização dos atos gerados pelos agentes públicos. Deste modo, este estudo posiciona accountability, em sentido restrito, como transparência dos atos e fatos governamentais disponibilizados na rede mundial de computadores.

2.3     Estudos Anteriores

Alguns autores têm despendido esforços para estudo e entendimento do tema accountability, analisando acerca do cumprimento da legislação brasileira, a forma como estão sendo disponibilizados os dados para prestação de contas e o nível transparência dos dados e as informações da gestão dos recursos públicos (Akutsu & Pinho, 2002; Cruz, Silva & Santos, 2009; Keunecke, Teles & Flach, 2011; Leite Filho, Colares & Andrade, 2015; Platt Neto et al., 2007; Raupp & Pinho, 2013; Sacramento & Pinho, 2007).

Akutsu e Pinho (2002) realizaram um estudo para analisar como a internet foi utilizada pelos gestores públicos para incrementar a accountability através de um estudo de caso em 20 portais das três esferas de governo. Foram analisados os portais dos governos federal, do Distrito Federal, dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Bahia, Santa Catarina, Pernambuco e Ceará, e dos municípios de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Florianópolis, Recife e Fortaleza. Os achados do estudo evidenciaram a ausência de accountability na maior parte dos casos. Alguns resultados evidenciam avanço dos gestores, buscando uma maior accountability e a constituição de uma sociedade mais democrática.

Sacramento e Pinho (2007) desenvolveram um estudo para investigar os níveis de transparência da gestão fiscal pública de informações municipais, com evidência na participação popular por meio da Lei de Responsabilidade Fiscal em seis municípios da região metropolitana de Salvador no ano de 2002. Os resultados assinalaram que os níveis de transparência da gestão fiscal pública de informações municipais são pouco desenvolvidos e apontam que ainda é necessário muito trabalho para que a transparência se torne realidade nos municípios analisados.

Platt Neto et al., (2007), realizaram um estudo para descrever a obrigação e a abrangência dos princípios da publicidade e da transparência na administração pública brasileira, na divulgação das contas públicas. Para cumprir o objetivo do estudo foi realizada uma revisão da literatura da importância de disponibilizar as informações dos gastos públicos por meios eletrônicos. O estudo apontou a legalidade, a abrangência dos princípios da publicidade e da transparência aplicados na evidenciação das contas do setor público. Os autores identificaram também que a partir da Lei de Responsabilidade Fiscal e da Lei nº 9.755/98 a internet tornou-se o instrumento mais aprimorado para a divulgação das contas públicas. Os resultados do estudo apontaram que a transparência na administração pública, garante o atendimento das normas legais e favorece o exercício da cidadania pela população.

Cruz, Silva e Santos (2009) realizaram um estudo para examinar o nível de transparência da gestão fiscal pública por meio da internet e os fatores que influenciam na evidenciação nos maiores municípios do Estado do Rio de Janeiro. Os resultados da pesquisa evidenciam que os municípios em estudo exibiram baixos níveis de transparência da gestão fiscal pública, sendo incompatível com o desenvolvimento econômico-social. Os autores destacam que os maiores níveis de transparência da gestão fiscal pública eletrônica ocorreram nos maiores municípios com os melhores indicadores socioeconômicos.

Keunecke et al. (2011), desenvolveram um estudo para observar o nível de transparência dos gastos públicos nos cinco municípios mais populosos de Santa Catarina identificando se os municípios estão atendendo as obrigações da Lei de Responsabilidade Fiscal. O instrumento utilizado nesta pesquisa foi o desenvolvido por Biderman e Puttomatti (2011), o qual foi atribuído um índice de transparência aos municípios estudados, resultando em um ranking. Os achados da pesquisa identificaram que os municípios analisados cumprem a Lei Complementar nº 131 de 2009 e destaca a importância da divulgação das contas públicas para promover a compreensão da accountability por todos os cidadãos.

Raupp e Pinho (2013) realizaram um estudo nos endereços eletrônicos das Câmaras Municipais de Santa Catarina nos municípios abaixo de 10 mil habitantes para verificar o cumprimento da transparência das contas públicas, pesquisando 93 endereços eletrônicos e propondo um ranking com relação à accountability. A construção do ranking foi baseada no grau decrescente de condições de construção das três dimensões analisadas: prestação de contas, transparência e participação. Os achados da pesquisa demonstram evidências de que os portais eletrônicos não são utilizados como tecnologia de promoção da accountability, com algumas exceções. Foi possível verificar por meio do ranking construído que há uma ausência de construção de accountability, os portais eletrônicos de câmaras municipais do Estado de Santa Catarina são apenas murais eletrônicos.

Leite Filho et al. (2015), efetuaram uma pesquisa para averiguar se os maiores municípios mineiros cumprem a LC nº 131/209 disponibilizando as informações da execução orçamentária e financeira do município, em tempo real, descobrindo a condição de transparência da gestão fiscal pública municipal nestes municípios. Os resultados da pesquisa evidenciaram que houve variação nos níveis de transparência da gestão pública municipal e nos níveis de transparência da gestão fiscal pública municipal nos municípios em análise, visto que o nível de transparência da gestão fiscal pública municipal estava relacionado com o tamanho da população e com o desenvolvimento econômico e social dos municípios.

3        PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

O enquadramento da pesquisa quanto ao objetivo da pesquisa classifica-se como exploratória, abordagem qualitativa e multicaso (Klein, Silva, Machado & Azevedo, 2015). Quanto a coleta de dados, foram analisados os dados disponíveis nos sites das prefeituras que compõe a amostra. Para identificar o nível de transparência foi utilizada uma adaptação da metodologia de Keunecke et al. (2011) e Speck (2014), conforme demonstra-se na tabela abaixo.


 

 

Tabela 2- Medição do Nível de Transparência

Categoria: Conteúdo

Pontos Max.

Etapas da Execução da Despesa Orçamentária

8

Etapas da Execução da Receita Orçamentária

4

Leis e Relatórios Orçamentários

5

Patrimônio

3

Outros Poderes

4

Subtotal

24

Categoria: Série Histórica e Frequência de Atualização

Pontos Max.

Série Histórica

4

Atualização

6

Subtotal

10

Categoria: Usabilidade

Pontos Max.

Possibilidade de Download

2

Delimitação Temporal da Consulta

5

Formulário de Consulta

1

Liberdade de Preenchimento do Formulário Principal

3

Gráficos

2

Subtotal

13

Total Geral

47

Fontes: Adaptado de Keunecke et al. (2011) e Speck (2014).


Observa-se na Tabela 2, os indicadores e a pontuação para a quantificação do nível de transparência dos municípios. Para que não tenha viés dos autores desta pesquisa, os pontos das Categorias Conteúdo e Usabilidade são somados de acordo com a disponibilização dos dados, ou seja, cada ponto refere-se a um conteúdo disponibilizado (Por exemplo: a Etapa da Execução da Despesa Orçamentária possui 8 divisões, sendo cada uma valendo um ponto para cada item, a Possibilidade de Download possui 2 divisões, sendo que cada uma vale 1 ponto, e o mesmo é adotado para as Categorias e as suas subdivisões).

Já a Categoria Série Histórica e Frequência de Atualização a pontuação é diferente das outras categorias. Na Série Histórica tem-se a pontuação de 1 ponto para disponibilização de 1 a 3 anos, 2 pontos para 4 a 6 anos, 3 pontos para 7 a 9 anos e 4 pontos para 10 anos para cima, de forma não cumulativa e a Atualização, da mesma forma, concede os pontos de acordo com o lapso de disponibilização dos dados, como segue: 6 pontos para atualização online (24h), 5 pontos de 2 a 7 dias, 4 pontos de 8 a 15 dias, 3 pontos de 16 a 30 dias, 2 pontos de 31 a 60 dias e 1 ponto a partir de 60 dias para disponibilização.

O cálculo do índice de transparência se dá pelo somatório das pontuações dos três subtotais (Conteúdo, Série Histórica e Frequência de Atualização e Usabilidade). Observa-se então que:

C = Conteúdo tem a pontuação máxima de 24 pontos;

SH = Série Histórica e Frequência de Atualização tem a pontuação máxima de 10 pontos; e

U = Usabilidade tem a pontuação máxima de 13 pontos.

Assim,

A coleta dos dados ocorreu entre os meses de novembro e dezembro de 2015 na amostra não probabilística de 60 municípios da Região Sul do Brasil, segregando entre os 10 municípios mais populosos e 10 municípios menos populosos dos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, segundo dados do IBGE (2010). A tabela a seguir demonstra a amostra utilizada na presente pesquisa.


 

Tabela 3- Amostra utilizada na pesquisa

Estado

Mais/Menos Populoso

Municípios

Paraná

Mais populosos

Curitiba, Londrina, Maringá, Ponta Grossa, Cascavel, São José do Pinhais, Foz do Iguaçu, Colombo, Guarapuava e Paranaguá.

Menos populosos

Santo Antônio do Paraíso, Mirador, Iguaçu, Guaporema, São Manoel do Paraná, Esperança Nova, Miraselva, Santa Inês, Nova Aliança do Ivaí e Jardim Olinda.

Santa Catarina

Mais populosos

Joinville, Florianópolis, Blumenau, São José, Criciúma, Chapecó, Itajaí, Lages, Jaraguá do Sul e Palhoça.

Menos populosos

Cunhataí, Barra Bonita, Macieira, Jardinópolis, Paial, Tigrinhos, Presidente Castello Branco, Flor do Sertão, Lajeado Grande e Santiago do Sul.

Rio Grande do Sul

Mais populosos

Porto Alegre, Caxias do Sul, Pelotas, Canoas, Santa Maria, Gravataí, Viamão, Novo Hamburgo, São Leopoldo e Rio Grande.

Menos populosos

Carlos Gomes, Guabiju, Lagoa dos Três Cantos, Tupanci do Sul, Vista Alegre do Prata, Montauri, Coqueiro Baixo, Engenho Velho, União da Serra, André da Rocha.

Fontes: dados da pesquisa.


Visando coesão na análise dos dados, entende-se como maiores municípios os mais populosos e como menores os menos populosos. Após a coleta de dados no site dos municípios explicitados na Tabela 3, os dados serão organizados em uma planilha eletrônica, e após, será elaborado um ranking dos municípios a fim de evidenciar o nível de accountability. Posteriormente, visando uma análise aprofundada dos dados, verificar-se-á a correlação existente entre o Ranking do nível de Accountability com o Ranking do Desempenho Socioeconômico e do Desempenho Econômico-Financeiro dos municípios analisados.

Para tanto, utilizou-se a Correlação de Kendall tendo em vista a relação não linear entre os indicadores e a característica ordinal da escala de classificação do Ranking (Hair, Babin, Money & Samouel, 2005). Para o cálculo da Correlação de Kendall utilizou-se o software estatístico IBM SPSS Statistics 22®.

Para elaboração do Ranking do Desempenho Socioeconômico e do Ranking do Desempenho Econômico-financeiro utilizou-se os indicadores e quocientes, respectivamente, conforme explicitado na Tabela 4, disposta abaixo, sendo que os indicadores Socioeconômicos foram coletados no site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e no site Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil; e os quocientes de Desempenho Econômico-financeiro foram calculados a partir dos Balanços Patrimoniais disponibilizados no site dos municípios analisados.


Tabela 4 - Indicadores socioeconômicas e Quocientes de desempenho econômico-financeiro

INDICADORES

Desempenho Socioeconômico

Índice de Desenvolvimento Humano Municipal

 

IDH-M

IDH-M Renda

IDH-M Longevidade

IDH-M Educação

Ocupação da população de 18 anos ou mais

Taxa de Atividade

Grau de Formalização dos Ocupados – 18 anos ou mais

QUOCIENTES

Desempenho Econômico-financeiro

 

Balanço Patrimonial

Liquidez Imediata

Liquidez Corrente

Liquidez Seca

Liquidez Geral

Índice de Solvência

Fontes: Adaptado de MCASP (2012), IBGE (2015) e PNUD (2015).


Após a coleta de dados nos sites dos municípios explicitados na Tabela 3, foi elaborado um ranking dos municípios, visando evidenciar o Desempenho Socioeconômico e Desempenho Econômico-financeiro. Para obtenção do Ranking dos Desempenhos analisados foram somado os resultados obtidos nos indicadores socioeconômicos e nos quocientes de desempenho econômico-financeiro. A análise dos indicadores e dos quocientes se dá por quanto maior o resultado obtido melhor será o desempenho da organização (Mcasp, 2012; Pnud, 2015).

4        DISCUSSÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

Com a análise dos dados coletados e com o intuito de alcançar o objetivo do presente estudo, demonstra-se na Tabela 5 o Ranking de transparência, sendo que o primeiro é o município mais transparente e o último o menos transparente, contemplando toda a amostra da pesquisa.


 

Tabela 5 - Ranking de Transparência dos Municípios

Posição

Estado

Município

Pontos

Posição

Estado

Município

Pontos

1

SC

Joinville

35

8

RS

Carlos Gomes

26

2

SC

Blumenau

32

9

PR

Ponta Grossa

25

SC

Itajaí

32

10

PR

Santa Inês

24

PR

Paranaguá

32

RS

Canoas

24

3

SC

Chapecó

31

RS

São Leopoldo

24

SC

Tigrinhos

31

RS

Rio Grande

24

SC

Santiago do Sul

31

RS

Montauri

24

PR

Colombo

31

11

PR

Cascavel

23

RS

Pelotas

31

PR

Miraselva

23

4

SC

Lages

30

RS

Porto Alegre

23

PR

Santo Antônio do Paraíso

30

RS

Engenho Velho

23

PR

Jardim Olinda

30

RS

André da Rocha

23

5

SC

Florianópolis

29

12

SC

Flor do Sertão

22

RS

Caxias do Sul

29

RS

Tupanci do Sul

22

RS

Novo Hamburgo

29

13

PR

Mirador

21

6

SC

Criciúma

28

PR

Iguatu

21

SC

Jaraguá do Sul

28

PR

Esperança Nova

21

PR

Guarapuava

28

PR

Nova Aliança do Ivaí

21

PR

Guaporema

28

RS

Santa Maria

21

PR

São Manoel do Paraná

28

RS

Guabiju

21

RS

Lagoa dos Três Cantos

28

14

RS

Viamão

19

7

SC

São José

27

15

PR

São José dos Pinhais

18

SC

Palhoça

27

16

RS

União da Serra

16

PR

Curitiba

27

17

SC

Barra Bonita

13

PR

Londrina

27

18

SC

Cunhataí

9

PR

Maringá

27

SC

Presidente Castello Branco

9

PR

Foz do Iguaçu

27

SC

Lajeado Grande

9

RS

Gravataí

27

19

SC

Paial

8

RS

Vista Alegre do Prata

27

20

SC

Macieira

7

RS

Coqueiro Baixo

27

SC

Jardinópolis

7

Fonte: Dados da pesquisa.


Observando a Tabela 5, verifica-se que o município mais transparente é Joinville por alcançar o total de 35 pontos, seguido por Blumenau, Itajaí e Paranaguá empatados na segunda posição com 31 pontos. Destaca-se o Estado de Santa Catarina por possuir 75% dos municípios com maior nível de transparência, seguido por Paraná com 25% e Rio Grande do Sul com 0%.

No final, a direita da Tabela 5, evidencia-se os municípios com menor nível de transparência, sendo que todos os municípios que compõe as três últimas posições pertencem ao estado de Santa Catarina. Os municípios são Cunhataí, Presidente Castello Branco e Lajeado Grande com 09 pontos; Paial com 08 pontos; e Macieira e Jardinópolis com 07 pontos.

Nesse contexto, os achados corroboram com Akutsu e Pinho (2002) evidenciando que alguns gestores estão buscando uma maior accountability, cabe salientar que a amostra, o período analisado e a metodologia utilizada pelo estudo anterior diferem da presente pesquisa.

A próxima tabela demonstra o Ranking dos maiores municípios dos Estados da Região Sul do Brasil.


Tabela 6 - Ranking de Transparência dos Maiores Municípios

Posição

Estado

Município

Pontos

Posição

Estado

Município

Pontos

1

SC

Joinville

35

7

SC

Palhoça

27

2

SC

Blumenau

32

PR

Curitiba

27

SC

Itajaí

32

PR

Londrina

27

PR

Paranaguá

32

PR

Maringá

27

3

SC

Chapecó

31

PR

Foz do Iguaçu

27

PR

Colombo

31

RS

Gravataí

27

RS

Pelotas

31

8

PR

Ponta Grossa

25

4

SC

Lages

30

9

RS

Canoas

24

5

SC

Florianópolis

29

RS

São Leopoldo

24

RS

Caxias do Sul

29

RS

Rio Grande

24

RS

Novo Hamburgo

29

10

PR

Cascavel

23

6

SC

Criciúma

28

RS

Porto Alegre

23

SC

Jaraguá do Sul

28

11

RS

Santa Maria

21

PR

Guarapuava

28

12

RS

Viamão

19

7

SC

São José

27

13

PR

São José dos Pinhais

18

Fonte: Dados da pesquisa.


A Tabela 6 demonstra os mesmos municípios da Tabela 5 na primeira posição, evidenciando que os municípios com maior nível de accountability estão entre os mais populosos, já nas últimas posição tem-se uma mudança. As últimas posições comportam dois municípios do Rio Grande do Sul (Santa Maria, com 21 pontos e Viamão, com 19 pontos) e o município paranaense São José dos Pinhais, com 18 pontos.

Os resultados corroboram com Keunecke et al. (2011), apesar da amostra e o período serem diferentes, pode-se inferir que os cinco municípios mais populosos de Santa Catarina (Joinville e Blumenau) promovem maior divulgação das contas públicas.

Na próxima tabela demonstra-se o Ranking dos menores municípios dos Estados da Região Sul do Brasil.


Tabela 7- Ranking de Transparência dos Menores Municípios

Posição

Estado

Município

 Pontos

Posição

Estado

Município

 Pontos

1

SC

Tigrinhos

31

8

SC

Flor do Sertão

22

SC

Santiago do Sul

31

RS

Tupanci do Sul

22

2

PR

Santo Antônio do Paraíso

30

9

PR

Mirador

21

PR

Jardim Olinda

30

PR

Iguatu

21

3

PR

Guaporema

28

PR

Esperança Nova

21

PR

São Manoel do Paraná

28

PR

Nova Aliança do Ivaí

21

RS

Lagoa dos Três Cantos

28

RS

Guabiju

21

4

RS

Vista Alegre do Prata

27

10

RS

União da Serra

16

RS

Coqueiro Baixo

27

11

SC

Barra Bonita

13

5

RS

Carlos Gomes

26

12

SC

Cunhataí

9

6

PR

Santa Inês

24

SC

Presidente Castello Branco

9

RS

Montauri

24

SC

Lajeado Grande

9

7

PR

Miraselva

23

13

SC

Paial

8

RS

Engenho Velho

23

14

SC

Macieira

7

RS

André da Rocha

23

SC

Jardinópolis

7

Fonte: Dados da pesquisa.


Na Tabela 7, tem-se que as duas primeiras posições são divididas entre Santa Catarina e Paraná, sendo que Santa Catarina fica com a primeira posição, com 31 pontos (Tigrinhos e Santiago do Sul) e o Paraná com a segunda posição, com 30 pontos (Santo Antônio do Paraíso e Jardim Olinda). As últimas posições nada diferem da Tabela 5.

Comparando a Tabela 6 e 7, observa-se que na variação (diferença entre os primeiros e último colocados) no nível de transparência dos menores municípios é de 24 pontos e entre os maiores municípios é de 17 pontos. Assim, tem-se maior disparidade do nível de transparência nos municípios menores que nos maiores.

A próxima tabela evidencia o total de pontos conquistados pelos Estados da Região Sul do Brasil segregando entre os maiores e os menores municípios.


Tabela 8- Total Pontuação por Estado

Posição

Estado

Descrição

 Pontos

1

PR

Maiores

265

Menores

247

Total:

512

2

RS

Maiores

251

Menores

237

Total:

488

3

SC

Maiores

299

Menores

146

Total:

445

Fonte: Dados da pesquisa.


A Tabela 8 demonstra que o Estado que mais pontuou foi o Paraná, obtendo o total de 512 pontos (com 35,43% do total de pontos), seguido pelo Rio Grande do Sul, com 488 pontos (33,77%) e Santa Catarina, com 445 pontos (30,79%). Nesse sentido de análise, dentre os maiores municípios analisados tem-se o Estado de Santa Catarina em primeiro, com 299 pontos, seguido do Paraná, com 265 pontos, e do Rio Grade do Sul, com 251 pontos. Já dentre os menores municípios, a sequência é a mesma dos Estados que mais pontuaram, ou seja, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Após a apresentação do Ranking do nível de Accountability apresenta-se o Ranking de Desempenho Socioeconômico com o Ranking de Desempenho Financeiro dos municípios analisados, como segue:


Tabela 9 - Ranking de Desempenho Socioeconômico.

Posição

Estado

Município

Pontos

Posição

Estado

Município

Pontos

1

SC

Jaraguá do Sul

167,23

31

RS

Santa Maria

139,34

2

SC

Blumenau

163,66

32

PR

Paranaguá

138,69

3

SC

Chapecó

160,11

33

PR

Nova Aliança do Ivaí

136,96

4

RS

Caxias do Sul

160,06

34

PR

Guarapuava

134,78

5

SC

São José

158,93

35

PR

Foz do Iguaçu

134,07

6

SC

Joinville

156,98

36

RS

Guabiju

133,31

7

SC

Jardinópolis

154,57

37

PR

São Manoel do Paraná

132,56

8

SC

Palhoça

154,50

38

RS

Pelotas

131,70

9

SC

Itajaí

153,69

39

PR

Guaporema

131,69

10

PR

São José dos Pinhais

153,47

40

RS

Rio Grande

131,47

11

SC

Barra Bonita

153,20

41

PR

Santa Inês

130,73

12

SC

Criciúma

151,51

42

PR

Jardim Olinda

130,43

13

PR

Curitiba

150,78

43

PR

Mirador

129,37

14

SC

Florianópolis

150,63

44

SC

Flor do Sertão

127,91

15

SC

Cunhataí

150,15

45

RS

André da Rocha

127,66

16

PR

Cascavel

150,01

46

RS

Vista Alegre do Prata

127,63

17

PR

Colombo

149,52

47

SC

Presidente Castello Branco

125,61

18

RS

Novo Hamburgo

149,42

48

SC

Tigrinhos

125,49

19

PR

Maringá

147,36

49

SC

Macieira

122,23

20

RS

São Leopoldo

147,31

50

PR

Esperança Nova

121,50

21

RS

Canoas

146,63

51

RS

Lagoa dos Três Cantos

120,50

22

RS

Porto Alegre

145,95

52

PR

Iguatu

120,15

23

PR

Londrina

145,02

53

RS

União da Serra

118,81

24

SC

Paial

143,20

54

PR

Santo Antônio do Paraíso

117,36

25

RS

Gravataí

142,73

55

RS

Tupanci do Sul

112,23

26

PR

Miraselva

142,67

56

SC

Santiago do Sul

112,11

27

RS

Viamão

142,53

57

RS

Carlos Gomes

110,71

28

PR

Ponta Grossa

141,70

58

RS

Montauri

110,25

29

SC

Lages

140,11

59

RS

Engenho Velho

106,04

30

SC

Lajeado Grande

139,89

60

RS

Coqueiro Baixo

80,40

Fonte: Dados da pesquisa.


Observa-se na Tabela 9 que os municípios que possuem maior somatório dos indicadores Socioeconômicos são de Santa Catarina, os quais sejam: Jaraguá do Sul, Blumenau e Chapecó. Na outra ponta da tabela, os municípios que possuem menor somatório dos indicadores são do Rio Grande do Sul, são eles: Montauri, Engenho Velho e Coqueiro Baixo. Nota-se que o município de Lajeado Grande (SC) fica posicionado no meio da tabela, ou seja, na 30ª posição, distanciado a 27,64 pontos da primeira posição e a 59,49 pontos da última posição.

Na próxima tabela demonstra-se o Ranking de Desempenho Econômico-financeiro calculado através dos resultados dos quocientes do Balanço Patrimonial, como segue:


Tabela 10- Ranking de Desempenho Econômico-financeiro

Posição

Estado

Município

Pontos

Posição

Estado

Município

Pontos

1

PR

Guaporema

1.433,26

28

SC

Blumenau

20,85

2

PR

Mirador

265,41

29

RS

Vista Alegre do Prata

20,32

3

PR

Esperança Nova

240,23

30

RS

Pelotas

18,31

4

PR

Maringá

216,36

31

SC

São José

17,27

5

RS

Guabiju

192,11

32

SC

Paial

16,99

6

PR

Santo Antônio do Paraíso

180,53

33

RS

Novo Hamburgo

16,76

7

SC

Flor do Sertão

144,20

34

PR

Curitiba

16,71

8

PR

Guarapuava

116,78

35

RS

Rio Grande

15,83

9

RS

Montauri

106,71

36

SC

Jaraguá do Sul

15,19

10

SC

Joinville

90,79

37

PR

Cascavel

13,99

11

RS

União da Serra

 76,75

38

PR

Miraselva

12,63

12

RS

Viamão

75,20

39

SC

Presidente Castello Branco

12,39

13

RS

Coqueiro Baixo

66,49

40

PR

Nova Aliança do Ivaí

12,32

14

PR

São José dos Pinhais

65,86

41

RS

Canoas

11,59

15

SC

Lajeado Grande

57,64

42

RS

Porto Alegre

11,46

16

SC

Macieira

53,70

43

RS

Caxias do Sul

11,12

17

PR

Ponta Grossa

51,38

44

RS

Engenho Velho

10,90

18

SC

Cunhataí

45,07

45

PR

Santa Inês

10,35

19

RS

Lagoa dos Três Cantos

42,30

46

PR

Jardim Olinda

10,26

20

SC

Itajaí

41,07

47

SC

Chapecó

9,94

21

PR

São Manoel do Paraná

32,33

48

SC

Jardinópolis

9,91

22

PR

Paranaguá

 32,03

49

SC

Criciúma

9,17

23

PR

Londrina

 24,67

50

PR

Foz do Iguaçu

8,84

24

RS

Santa Maria

 24,30

51

SC

Lages

6,62

25

PR

Iguatu

23,72

52

RS

Gravataí

5,07

26

RS

Carlos Gomes

22,53

53

RS

São Leopoldo

4,78

27

SC

Tigrinhos

20,91

54

SC

Florianópolis

4,05

Fonte: Dados da pesquisa.


Verificando a Tabela 10, nota-se que seis municípios não foram contemplados, visto a falta de informações para o cálculo dos quocientes do Balanço Patrimonial, disponibilizados nos sites dos municípios analisados. Os municípios que ficaram de fora dessa análise foram: Palhoça, Barra Bonita e Santiago do Sul, de SC; Colombo, do PR; e Tupansi do Sul e André da Rocha, do RS.

Nesta tabela, os primeiros colocados são municípios do estado do Paraná, quais sejam: Guaporema, Mirador e Esperança Nova, diferenciando das posições demonstradas nos indicadores Socioeconômicos. O mesmo observa-se nas últimas posições, divididas entre SC e RS, sendo Lages/SC na 51ª posição, seguida de Gravataí/RS e São Leopoldo/RS e finalizando com Florianópolis/SC evidenciando o menor nível de Desempenho Econômico-financeiro dentre os municípios analisados.

Por fim, de posse dos Rankings de Desempenho Socioeconômico e Econômico-financeiro, calculou-se a Correlação de Kendall, conforme demonstra-se tabela a seguir:


Tabela 11 - Correlação de Kendall entre os Rankings

Correlação entre Nível de Accountability com o Desempenho Socioeconômico

 

Posição_Account

Posição_DS

tau_b de Kendall

Posição_Account

Coeficiente de Correlação

1,000

0,969***

Sig. (2 extremidades)

0,000

N

60

60

Posição_DS

Coeficiente de Correlação

0,969***

1,000

Sig. (2 extremidades)

,000

N

60

60

Correlação entre Nível de Accountability com o Desempenho Econômico-Financeiro

tau_b de Kendall

Posição_Account

Coeficiente de Correlação

1,000

0,969***

Sig. (2 extremidades)

0,000

N

54

54

Posição_DEF

Coeficiente de Correlação

0,969***

1,000

Sig. (2 extremidades)

0,000

N

54

54

***. A correlação é significativa no nível 0,01 (2 extremidades).

Legenda: Account = Accountability; DS = Desempenho Socioeconômico; e DEF = Desempenho Econômico-financeiro.

Fonte: Dados da pesquisa.


Observa-se na Tabela 11, que o Coeficiente de Correlação em ambos os casos analisados possui o valor de 0,969, evidenciando uma forte correlação entre os Rankings. Cabe destacar que a difere entre o N na correlação do Rankings do Nível de Accountability com o DS e com o DEF são os municípios que foram excluídos da amostra por falta de dados, por este fato, os valores de N são 60 para a correlação com DS e 54 para a correlação com DEF. Nota-se, também, que a siginificância a nível de 1% e coeficiente positivo na correlação analisada.

Com base nos resultados da Correlação de Kendall, infere-se que quanto maior o nível de Accountability nos municípios maior tende ser o nível de Desempenho Socioeconômico; e quanto maior o nível de Accountability nos municípios maior tende ser o nível o Desempenho Econômico-financeiro.

A partir dos achados nas correlações, o presente estudo corrobora com Campbell (1993), Gore (1995), Peters e Savoie (1996), Parker e Gould (1999), Romzek (2000), Akutsu e Pinho (2002) e Van der Hoek (2005) quanto à NPM, visto que traz inferências de quanto maior evidenciação das contas públicas, propiciando maior controle interno e externo e visando uma gestão com foco na eficiência e avaliação de desempenho, maiores serão os níveis de desempenho da gestão, resultando em melhoras nas áreas sociais, econômicas e financeiras dos entes governamentais.

5        CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo teve como objetivo verificar o nível de accountability nos municípios da Região Sul do Brasil, para tanto foi verificado no site das prefeituras que compõe os 10 maiores e 10 menores municípios, observando a população de cada Estado, compondo um total de 60 municípios. Para identificar o nível de transparência foi utilizada uma adaptação da metodologia de Keunecke et al. (2011) e Speck (2014) e, visando aprofundar a análise dos dados, verificou-se a correlação existente entre o Ranking do nível de Accountability com o Ranking do Desempenho Socioeconômico e com o Ranking do Desempenho Financeiro dos municípios analisados.

Os achados demonstram que no Ranking do nível de Accountability (Tabela 5) o Estado de Santa Catarina ocupa as extremidades, ou seja, consagra-se no primeiro lugar com o município de Joinville e no último lugar com o município de Jardinópolis. A disparidade do nível de Accountability do estado de Santa Catarina faz com que, apesar de Santa Catarina possuir um município com o maior nível de evidenciação, é o Estado com menor nível de accountability da Região Sul do Brasil. Sendo o estado do Paraná o possuidor do maior nível de accountability da Região Sul do Brasil, seguido pelo estado do Rio Grande do Sul.

Destaca-se que nenhum município alcançou a pontuação máxima (47 pontos), sendo observado na coleta de dados que a maior falta de dados refere-se à não disponibilização das informações relacionadas ao patrimônio público. Observa-se, também, a falta de coesão entre dos dados apresentados entre os municípios analisados sendo que, cada município, independente do Estado que compor, terá que organizar-se para cumprir as legislações vigentes acerca da evidenciação das contas públicas em sítios eletrônicos.

Com base nos resultados da Correlação de Khendall, pode-se inferir que quanto maior o nível de Accountability nos municípios maior tende ser os níveis de Desempenho Socioeconômico e de Desempenho Econômico-financeiro. Assim, recomenda-se o cumprimento integral da legislação brasileira referente a transparência e aos princípios da NPM, visto que a maior disponibilização de informações quanto ao gestão dos recursos públicos tendem a aumentar o DS e o DEF.

Observa-se como limitação do estudo: a amostra, por não contemplar todos os municípios que compõe os Estados da Região Sul do Brasil não podendo ser generalizados os achados do estudo; a metodologia adotada, visto que não observa outros fatores relevantes para a informação contábil como a disponibilização de informações referente as licitações, disponibilização dos pareceres dos tribunais de contas municipais sobre as contas públicas; e a adequação às normas internacionais de contabilidade.

Para futuras pesquisas sugere-se que a amostra contemple todos os municípios da Região Sul do Brasil, bem como amplie o estudo para outras regiões do Brasil; que seja utilizada outra metodologia de coleta de dados na amostra para confirmar ou verificar outros achados, comparando-os e verificando as divergências; a análise dos fatores determinantes dos níveis de accountability nos municípios brasileiros; e as limitações desta pesquisa.

REFERÊNCIAS

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