Editorial
Editorial
Josiel Lopes Valadares josiel.valadares@ufv.br
Universidade Federal
de Viçosa, Brasil
Editorial
Administração
Pública e Gestão Social, vol.
11,
núm. 2, 2019
Universidade Federal de Viçosa
Caros (as) leitores (as),
Nesta edição temos a satisfação em apresentar algumas
atualizações tanto na apresentação da APGS quanto em nosso processo de
avaliação e edição de trabalhos. Nos últimos meses tivemos a indexação da APGS
em várias outras bases e já se encontra disponível no Redalyc várias das nossas
edições. Além disso, estamos aprimorando nossa forma de avaliação dos artigos e
tornando ainda mais rigorosa a nossa política editorial. Além disso,
atualizamos nosso sistema de publicação e ampliamos nossa presença nas redes
sociais. Tudo isso para levar ao leitor mais qualidade.
Abrimos esta edição com o texto de autoria de Jaiane Aparecida
Pereira, Priscilla Borgonhoni Chagas e Sandra Mara Schiavi Bankuti. No trabalho
intitulado Perspectivas do Território no Sistema Agroalimentar Localizado: o
Caso da Uva no Município de Marialva-PR as autoras buscam compreender as ações
e os atores que configuram Marialva como um território produtor de uva fina.
Articulam-se teoricamente questões sobre território e desenvolvimento
territorial e sobre Sistema Agroalimentar Localizado (SIAL), que é um tipo de
arranjo envolvendo relações de produção organizadas horizontal e verticalmente
que emergem a partir da ação coletiva e da coordenação local em torno de um
recurso territorializado.
No segundo artigo, Contabilidade aplicada ao Setor Público: Um
Estudo Sobre o Reconhecimento da Depreciação na Contabilidade dos Estados
Brasileiros Maria Elisabeth Moreira Carvalho Andrade e Janilson Antonio da
Silva Suzart comparam os efeitos do reconhecimento da depreciação nos entes
subnacionais brasileiros, no período entre 2003 e 2014. Os resultados da
análise permitem concluir que houve avanços, mas insuficientes para uma
representação patrimonial fidedigna dos entes públicos subnacionais. Tal
situação, segundo os autores, consequentemente, afeta a representação do
patrimônio governamental nas informações consolidadas sobre o setor público
nacional. Percebe-se que não há uma consistência na política contábil adotada
ao longo do tempo, em matéria de depreciação.
Em seguida, Andréia Aparecida Albino e Luís Alexandre Grubits de
Paula Pessôa buscam identificar no artigo Cocriação de Valor em Programas
Empresariais de Marketing Social: uma análise multicascos, como a cocriação de
valor é abordada nos programas de marketing social desenvolvidos por uma empresa
privada, em parceria com outras organizações no Brasil. Baseado na perspectiva
dos atores envolvidos foram estudadas três iniciativas que abrangiam causas de
interesse da sociedade: segregação de resíduos sólidos, cuidados com a saúde
cardiovascular e hábitos de higiene, especialmente pela lavagem das mãos.
Identificou-se que as iniciativas estudadas contemplam diversos elementos da
cocriação de valor, sendo a abordagem mais evidente a downstream, mais voltada
à mudança do comportamento individual. Além de indicar aspectos para
aperfeiçoar as ações, o estudo colabora para a operacionalização do conceito de
cocriação de valor no marketing social.
O quarto artigo denominado Distâncias e Relações entre Sociedade
Civil e Poder Público Local: Atuação de duas Associações de Moradores em
Lavras, MG, de autoria de Luís Fernando Silva Andrade e Maria de Lourdes Souza
Oliveira objetiva compreender a relação entre associações de moradores e o
poder público local. Buscou-se a compreensão da atuação de duas associações em
suas respectivas comunidades e como esta influência sua organização e forma de
se relacionar com outras associações, organizações da sociedade civil e o poder
executivo local. Os resultados indicam uma pluralidade de interesses, bem como
a utilização de estratégias que visam manter a continuidade das relações com o
poder público local, mesmo que recorrendo a uma suposta neutralidade e
excessivo apreço de ofícios, que denotam a manutenção das mesmas relações desde
a fundação das associações.
Silvio Bitencourt da Silva e Claudia Cristina Bitencourt
apresentam o quinto artigo denominado Orquestração de redes de inovação
constituídas com o conceito de living lab para o desenvolvimento de inovações
sociais. Investigam como são orquestradas redes de inovação constituídas com o
conceito de living lab, um tipo de laboratório de inovação aberta e centrada no
usuário, para o desenvolvimento de inovações sociais. O trabalho avança em
relação a outros do campo ao promover a compreensão de que os processos e as
ações específicas, denominados de “orquestração de redes de inovação”, permitem
a orquestração de redes de inovação constituídas em torno do conceito de living
lab, para o desenvolvimento de inovações sociais, porém, associadas a um novo
processo que surge da prática observada nesta pesquisa, denominada de gestão da
co-criação.
No artigo Aplicação de um modelo para a análise de stakeholders:
o caso da Secretaria de Turismo do Paraná, Saulo Fabiano Amâncio-Vieira, Benny
Kramer Costa, Renato Fabiano Cintra e Ricardo Lebbos Favoreto propoem um modelo
para a análise dos stakeholders, levando-se em conta as particularidades de um
órgão público de turismo. A proposta embasa-se no caso da Secretaria de Turismo
do Paraná. Modelos conceituais construídos anteriormente são revisados. O
modelo apresenta uma perspectiva processual que inova ao abranger o contexto
institucional e mecanismos legais de legitimação da participação dos
stakeholders e, diferentemente do usual, capta tanto a perspectiva da
organização quanto a dos stakeholders.
No sétimo artigo, Práticas de governança pública adotadas pela
administração pública federal brasileira, Márcia Néa Oliveira Pascoal e
Oderlene Vieira de Oliveira investigam as práticas de governança pública
adotada pelos órgãos da Administração Pública Federal Brasileira (APFB). Dentre
os resultados, cabe destacar a instituição de um conselho de administração em
quase todos os órgãos, porém, as variáveis estudadas, que reflete a efetividade
da administração destes conselhos, não são adotadas ou não atingiram um nível
de maturidade que permita que o órgão realize a gestão, principalmente, de
risco, ou ainda não identificaram a necessidade da adoção de melhores práticas
de governança na esfera pública.
Dimas Barreto De Queiroz, Livia Maria Freire De Morais, Arthur
Guilherme Silva Ferreira De Souza e Vanessa Karla Rebouças Da Silva assinam o
oitavo artigo desta edição. Com o texto intitulado Mandatos Eleitorais e Ciclos
Político-Orçamentários: Evidências dos Estados Brasileiros os autores averiguam
a influência do mandato eleitoral sobre os gastos públicos dos governos
estaduais brasileiros. A amostra foi composta pelos 26 estados brasileiros no
período de 2003 a 2014, compreendendo três ciclos eleitorais. Utilizou-se como
metodologia a técnica de regressão com dados em painel. A pesquisa concluiu que
o comportamento oportunista é restrito aos governadores que estão em primeiro
mandato e a manipulação é restrita aos investimentos.
Esta edição se encerra com a apresentação do caso de ensino
intitulado Da Bonança à Penúria: fechar ou não suas operações, o dilema da
Petrobrás. Neste texto Monica Cristina Rovaris Machado, Roger Vinicius Rosa
Esteves, Anete Alberton e Sidnei Vieira Marinho traz para a discussão o caso da
Petrobrás e o dilema de manter ou não suas operações no Rio Grande/RS.
Boa Leitura
Josiel Lopes Valadares
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