De migrante a industriário: a reconstrução da vida na cidade de Manaus
DOI:
https://doi.org/10.18540/revesvl1iss3pp0537-0538Palavras-chave:
Migração interna-Amazonas, Trabalho migratório-Brasil, Manaus (Am), indústrias.Resumo
Este trabalho abordou do processo de reconstrução da vida de migrantes amazonenses na cidade de Manaus, que aportaram à capital a partir da década de 1960, nela desempenharam ou desempenham atividades no Polo Industrial de Manaus (PIM). O trabalho teve como intenção, a partir das narrativas dos migrantes, situar a construção do projeto migratório, os dilemas que envolveram o ato de migrar, a chegada à capital, a inserção no mundo do trabalho, a construção de novos espaços de sociabilidade, dentre outras questões, as quais nos ajudaram a identificar se o projeto construído na origem se consolidou no destino. Nos debruçamos sobre uma pesquisa bibliográfica, matérias jornalísticas e os relatórios oficiais do poder público, e acentuadamente da pesquisa de campo. A coleta de campo foi realizada a partir de entrevistas semiestruturadas com trabalhadores migrantes que atuam ou atuaram no PIM, com base nos critérios previamente estabelecidos, no intuito de conhecer como era a vida na origem, o que determinou a decisão de migrar, como se deu o deslocamento, como foi o estabelecimento em Manaus, quais as principais dificuldades enfrentadas, como se tornaram industriários, como é a vida no espaço fabril e como eles construíram novas relações sociais. De modo geral podemos asseverar que o estudo evidenciou que nem todos construíram seus próprios projetos migratórios na origem, visto que eram crianças e adolescentes, que tiveram a decisão tomada por pais ou responsáveis. A presença de familiares e conhecidos no destino (capital) foi um elemento fundamental para subsidiar a decisão de migrar. Os migrantes se tornaram industriários somente após a chegada à Manaus, por isso, nesta pesquisa adotou-se o termo migrantes industriários. Ao comparar a vida na origem e no destino, inferimos que houve melhoria de vida, sendo os principais objetivos do projeto migratório, estudo, trabalho e moradia, foram alcançados por maioria significativa dos migrantes, muito embora os relatos não deixem de revelar a dureza da vida de um industriário, que tem a maior parte de seu tempo consumida pelo trabalho.
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