CADÊ A GRAÇA? INTEGRAÇÃO CONCEPTUAL E HUMOR NÃO-VERBAL
Resumo
A criação e interpretação do humor têm sido tradicionalmente associadas tanto a fatores afetivos, envolvendo mecanismos de alívio ou hostilidade (FREUD, 1905), quanto a fatores cognitivos (KOESTLER, 1964; GIORA, 1991). Algumas teorias linguísticas do humor têm como foco a incongruidade produzida pela bissociação de dois frames de referência e a mudança abrupta entre scripts ou desvios de interpretação, disparados pela ambiguidade ou pela contradição (RASKIN, 1985; ATTARDO, 1992). Claramente as manifestações humorísticas não estão restritas ao domínio das formas linguísticas. Temos a ocorrência do humor como gênero, por exemplo, em filmes mudos ou em espetáculos de mímica ou em charges ou, ainda, em tirinhas de jornal. Este trabalho tem como objetivo examinar o humor não-verbal, ou parte visual e parte verbal, a partir da perspectiva da integração conceptual ou mesclagem (FAUCONNIER, 1997; FAUCONNIER & TURNER, 2002). Dessa forma, vamos analisar aqui exemplos de diferentes tipos de humor não-verbal — um fotograma de um filme mudo, um cartoon ‘religioso’ e uma charge política — para entendermos como se produz o efeito cômico nessas semioses. O desafio de compreensão consiste em ativar informações apropriadas face às pistas imagéticas e/ou verbais apresentadas e reanalisá-las em uma estrutura mais abstrata. Observamos que o uso do humor pode significar uma forma de resistência, nos mostrando o ridículo de uma situação séria ou a seriedade de uma situação ridícula.Downloads
Não há dados estatísticos.
Downloads
Publicado
2018-12-11
Como Citar
Avila, L. B. B. (2018). CADÊ A GRAÇA? INTEGRAÇÃO CONCEPTUAL E HUMOR NÃO-VERBAL. Revista De Ciências Humanas, 1(7). Recuperado de https://beta.periodicos.ufv.br/RCH/article/view/3552
Edição
Seção
Artigos