Sob o signo de Janos
Implicações geopolíticas para projetos de Educação Patrimonial
DOI:
https://doi.org/10.47328/rpv.v12i1.15401Palavras-chave:
Educação patrimonial, território, patrimônio culturalResumo
O presente artigo é fruto da iniciativa de interpretar a educação patrimonial, contida nas políticas internacionais de preservação do patrimônio cultural e natural, a partir da perspectiva geográfica do “lugar” e da “territorialidade”, propostos, respectivamente, por Doreen Massey e Rogério Haesbaert. Para realizar esta interpretação, foram selecionadas 23 cartas patrimoniais que situam a educação patrimonial no debate internacional promovido pela Sociedade Civil e Estados Nacionais para solucionar as dificuldades de operacionalização das demandas assumidas pelos Estados nas convenções internacionais para salvaguarda do patrimônio. Por meio de análise documental, foi realizada a coleta de dados relativos às propostas de educação contidas nestes documentos e o papel que a educação patrimonial assume nelas. A partir dos resultados da análise, é apresentada a interpretação dos dados com base nos fenômenos de “multiterritorialidade” e “des-territorialização”, situando as políticas de preservação como estratégias de integração territorial e a educação patrimonial como táticas de ocupação territorial. Como conclusão final, o leitor é convidado a refletir sobre o papel do educador nestes projetos político-pedagógicos da educação patrimonial.
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