Rede de combate à escravidão contemporânea: De Jure ou De Facto?

Autores

  • Paula Renata Castro Fonseca de Moura
  • Pedro Luiz Costa Cavalcante
  • Cecília Braz Arcanjo Universidade de Brasília

DOI:

https://doi.org/10.21118/apgs.v12i4.8212

Palavras-chave:

redes de políticas públicas, implementação, trabalho escravo, Brasil

Resumo

O artigo analisa o funcionamento da rede de atores que desenvolvem ações no âmbito do II Plano Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo (II PNETE), mais especificamente aquelas direcionadas a fomentar a reforma agrária como forma de enfrentamento do problema. O objetivo foi explorar se a rede formalmente estabelecida pelo plano (de jure) atua efetivamente (de facto) na política de combate e prevenção ao trabalho escravo no país. Foi realizada pesquisa qualitativa, com utilização da técnica de grupo focal com atores relevantes para a execução da política. Os resultados indicam a carência de vínculos entre os atores indicados no Plano, revelando uma dissociação entre a formalização da política e sua dinâmica. Conclui-se que o foco das análises de redes deve atentar também para as práticas cotidianas das organizações, para assim avaliar os reais resultados e dificuldades do policymaking.

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Publicado

2020-09-09

Como Citar

Moura, P. R. C. F. de, Cavalcante, P. L. C., & Arcanjo, C. B. (2020). Rede de combate à escravidão contemporânea: De Jure ou De Facto?. Administração Pública E Gestão Social, 12(4). https://doi.org/10.21118/apgs.v12i4.8212

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