Configurações Subjetivas dos Servidores da Receita Federal Diante da Ideologia Gerencialista

Authors

  • Juliana de Fátima Pinto Universidade Federal do Espírito Santo
  • Ana Paula Paes de Paula Universidade Federal de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.21118/apgs.v12i3.6005

Abstract

O objetivo deste trabalho foi compreender as configurações subjetivas compartilhadas pelo servidor da Receita Federal do Brasil (RFB) decorrentes de sua atuação em um espaço de trabalho marcado pela hegemonia da ideologia gerencialista. A epistemologia utilizada no estudo apoiou-se na teoria da subjetividade de Rey (2003, 2005a). O método escolhido foi o estudo de caso na 6ª Região Fiscal da RFB, na cidade de Belo Horizonte, entre os anos de 2016 e 2017. As informações foram produzidas a partir de conversações com três analistas tributários e três auditores fiscais, observando a metodologia qualitativa de Rey. Foram definidas cinco configurações subjetivas principais: competitividade por atribuições, bônus produtividade, filiação sindical, mudança tecnológica e insatisfação. Concluiu-se que o gerencialismo perpassa as configurações subjetivas dos servidores. Por conseguinte, é necessário dar voz às singularidades para construir alternativas capazes de romper com os conflitos, rivalidades e sofrimentos presentes na subjetividade social.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biographies

Juliana de Fátima Pinto, Universidade Federal do Espírito Santo



Ana Paula Paes de Paula, Universidade Federal de Minas Gerais

É Pós-Doutorada em Admnistração pela EAESP-FGV (2005), Doutora em Ciências Sociais pelo IFCH-UNICAMP (2003) e Mestre em Administração Pública e Governo pela EAESP-FGV (1998). Realizou formação teórica em Psicanálise no Círculo Psicanalítico de Minas Gerais (CPMG) (2009-2014) e foi Professora Residente do IEAT-UFMG (2014-2015). Atualmente é Professora Titular e Pesquisadora da FACE-CEPEAD-UFMG, além de Colaboradora do PPG-ADM UFES. É coordenadora do Núcleo de Estudos em Participação e Subjetividade (NEPS) e do Observatório de Práticas Participativas (OPP). Trabalha principalmente com os seguintes temas: Movimentos Sociais, Participação Social e Ciberdemocracia; Experiências Alternativas, Economia Solidária e Tecnologias Sociais; Gestão Dialógica, Gestão Colaborativa e Autogestão; Subjetividade, Psicossociologia e Psicanálise de Grupos e Organizações.

References

Bresser-Pereira, L. C. (2008). Os primeiros passos da reforma gerencial do Estado de 1995. Revista Brasileira de Direito Público, ano 6, (23), 145-186.

Bresser-Pereira, L. C. Democracia, Estado social e reforma gerencial. Revista de Administração de Empresas, 50 (1), 112-116, 2010.

Bresser-Pereira, L. C. (2017, março). Entrevista: Luiz Carlos Bresser Pereira. Entrevista concedida a Amon Barros. Bresser-Pereira e a reforma gerencial do Estado. Administração Pública e Gestão Social, 9 (3), p. 237-247, 2017.

Carvalho, W. (1997). A reforma administrativa da Nova Zelândia nos anos 80-90: controle estratégico, eficiência gerencial e accountability. Revista do Serviço Público, ano 48, (3), 5-35.

Costa, F. L. (2011). A nova elite dirigente e a modernização da administração pública. Aparelhamento, renovação ou corporativismo. Desigualdade & Diversidade, Dossiê Especial, 107-118.

Diefenbach, T. (2009) New public management in public sector organizations: the dark sides of managerialistic “enlightenment”. Public Administration, 87 (4), 892-909.

Ferreira, M. C. (2011). Chegar feliz e sair feliz do trabalho: aportes do reconhecimento no trabalho para uma ergonomia aplicada à qualidade de vida no trabalho. In A. M. Mendes, (Org). Trabalho & saúde: o sujeito entre emancipação e servidão. (pp. 40-53). Curitiba: Juruá.

Gaulejac, V. (2007). Gestão como doença Social: ideologia, poder gerencialista e fragmentação social. Aparecida: Ideias & Letras.

Klikauer, T. (2013a). Managerialism: a critique of an ideology. London: Palgrave Macmillan.

Klikauer, T. (2013b). What is managerialism? Critical Sociology, 41, (7-8), 1103-1119.

Machado-Da-Silva, C. L., Guarido Filho, E. R., Nascimento, M. R., & Oliveira, P. T. (2005). Formalismo como mecanismo institucional coercitivo de processos relevantes de mudança na sociedade brasileira. Anais do 25 Encontro Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração. (p. 1-15). Campinas: EnANPAD.

Matias-Pereira, J. (2008). Administração pública comparada: uma avaliação das reformas administrativas do Brasil, EUA e União Européia. Revista de Administração Pública, 42, 61-82.

Misoczky, M. C., Abdala, P. R. Z, & Damboriarena, L. (2017). A trajetória ininterrupta da reforma do aparelho do Estado no Brasil: continuidades nos marcos do neoliberalismo e do gerencialismo. Administração Pública e Gestão Social, Viçosa, 9 (3), 184-193.

Paula, A. P. P. (2005). Por uma nova gestão pública: limites e potencialidades da experiência contemporânea. Rio de Janeiro: Editora FGV.

Paula, A. P. P. (2013). Avanços e Desafios Tecnológicos nas Organizações: uma abordagem construcionista e crítica. Revista Interdisciplinar de Gestão Social, 2, 137-160.

Paulilo, M. I. (2013). FAO, fome e mulheres rurais. Dados – Revista de Ciências Sociais, 56 (2), 285-310.

Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado. (1995). Elaborado pelo Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado e Aprovado pela Câmara da Reforma do Estado e pela Presidência da República. Brasília, DF: MARE.

Ramos, A. G. (1970). A nova ignorância e o futuro da administração pública na América Latina. Revista de Administração Pública, 4 (2), 7-45.

Rey, F. L. (2003). Sujeito e subjetividade: uma aproximação histórico cultural. São Paulo: Pioneira Thomson Learning.

Rey, F. L. (2005). Pesquisa qualitativa e subjetividade: os processos de construção da informação. São Paulo: Thomson.

Rey, F. L., & Martínez, A. M. (2017). Subjetividade: teoria, epistemologia e método. Campinas: Editora Alínea. E-book. ISBN 978-85-7516-811-0.

Silveira, R. Z., Palassi, M. P., & Silva, A. R. L. (2013). E a ponta fica excluída: desafios à participação do servidor na Administração Pública. Revista Org & Demo, 14, 51-72.

Souza, C. (2017). Modernização do Estado e construção de capacidade burocrática para a implementação de políticas federalizadas. Revista de Administração Pública, 51, (1), 27-45.

Tragtenberg, M. (1989). Administração, poder e ideologia. São Paulo: Cortez.

Zwich, E, Teixeira, M. P. R., Pereira, J. R, & Vilas Boas, A. A. (2012). Administração pública tupiniquim: reflexões a partir da Teoria N e da Teoria P de Guerreiro Ramos. Cadernos EBAPE.BR, 10 (2), 284-301.

Published

2020-05-06

How to Cite

de Fátima Pinto, J., & Paula, A. P. P. de. (2020). Configurações Subjetivas dos Servidores da Receita Federal Diante da Ideologia Gerencialista. Administração Pública E Gestão Social, 12(3). https://doi.org/10.21118/apgs.v12i3.6005

Issue

Section

Articles