REMOÇÃO DE MATÉRIA ORGÂNICA E NUTRIENTES DE ESGOTO DOMÉSTICO POR WETLAND HORIZONTAL DE FLUXO SUBSUPERFICIAL NA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE APARECIDA - CAMPOS NOVOS, SC
DOI:
https://doi.org/10.21206/rbas.v8i1.483Keywords:
Wetland construído. Fluxo horizontal. Tratamento de Esgoto Doméstico. Typha sp.Abstract
A falta de sistemas de tratamento para o esgoto doméstico adequados às condições dos pequenos municípios brasileiros ainda é uma realidade. Diante disso, este foi um trabalho exploratório de seis meses (agosto de 2016 a janeiro de 2017) que visou determinar a eficiência de uma estação de tratamento de esgoto (ETE) no município de Campos Novos (SC) do tipo wetlands construídos. O sistema utilizado foi uma unidade de fluxo horizontal subsuperficial operando como pós-tratamento de esgoto doméstico em filtro anaeróbio. Foi utilizado Typha sp. (Taboa) como espécie de planta para absorção dos nutrientes. A eficiência do referido sistema em termos de remoção de matéria orgânica e de sólidos mostrou-se estável, com eficiências médias de 62, 64 e 50 % para DQO, DBO e SST, respectivamente. O sistema apresentou uma redução em 2 unidades logarítmicas para coliformes totais, com eficiência de remoção de 69,7 %. A remoção de nutrientes, após início promissor, mostrou-se instável devido a colmatação, com remoção média de 31,8 e 22,4% para NTotal e PTotal, respectivamente. Durante o período monitorado a ETE atendeu parcialmente as legislações vigentes (Resolução CONAMA n° 430/2011 e Lei estadual n° 14675/2009 (FATMA)) quanto ao descarte de efluente doméstico em corpo hídrico. A exceção foi DBO e PTotal que estavam acima dos padrões estabelecidos pela FATMA nos dois últimos meses, contudo dentro dos limites estabelecidos pela CONAMA. Apesar da precoce manutenção corretiva e preventiva devido a colmatação, a utilização de wetlands construídos de escoamento horizontal de fluxo subsuperficial é uma alternativa para o tratamento de esgoto doméstico.
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