Foucault, a loucura e o cuidado de si: confrontação dialógica entre as obras “Holocausto Brasileiro” e “O Alienista”
DOI:
https://doi.org/10.18540/revesvl4iss1pp11001-11011Palabras clave:
Loucura, Abjetificação, Relações de poder, Cuidado de si.Resumen
O mergulho nas entrelinhas da subjetividade está intrinsecamente ligado às práticas discursivas que atravessam os sujeitos e que, por sua vez, são atravessadas pelas relações de poder. No pensamento ocidental, o sujeito é olhado pelo viés da normalidade e/ou de seu contraponto, a anormalidade. Nessa mesma linha de raciocínio, quando se pensa a loucura, se estabelece a dicotomia razão-desrazão. Assim, o louco, enredado no discurso patologizante da desrazão, perde as suas possibilidades de existência, de apropriar-se dela e do exercício do cuidado de si. Dessa maneira, a partir da concepção de produção da verdade sobre a loucura e o exercício de poder que se encontra nos meandros desses discursos, realizamos uma confrontação dialógica entre as obras O Alienista, de Machado de Assis e Holocausto Brasileiro, de Daniela Arbex, com o objetivo de pôr em questionamento a maneira com que os loucos (e não loucos), mesmo sufocados pela dominação, podem, a partir do exercício sobre si mesmo e a sua existência, virem a se afirmar enquanto sujeitos singulares e, a partir do Cuidado de Si, serem resistência e colocarem em prática a ética da liberdade. Com isso, consideramos que o louco, enquanto sujeito, é também autor das suas produções e que possui uma voz que clama para ser escutada, com o objetivo de afirmar-se enquanto ser que vive, apesar de estar inserido numa trama de poder que busca sufocar essas possibilidades.
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