A ânsia eterna, a violência, o silenciamento e o grotesco em Os Porcos, de Julia Lopes de Almeida
DOI:
https://doi.org/10.18540/revesvl4iss1pp13001-13013Palabras clave:
Gênero. Literatura. Silenciamento. Violência. Grotesco.Resumen
Julia Lopes de Almeida foi uma abolicionista do século XIX e uma das idealizadoras da Academia Brasileira de Letras. O objetivo da discussão é resgatar essa escritora, tomando como base o processo de silenciamento e violência que atinge as mulheres dentro e fora do âmbito literário e personificado por Umbelina, em Os porcos, escrito em 1903. A referida obra não faz parte do cânone, dos renomados manuais de literatura, dos livros didáticos, nem tampouco do conhecimento do grande público. Contudo ela reflete as mazelas sociais resultantes de anos de submissão e ausência de reconhecimento, sobretudo da crítica que fomenta, grotescamente, pontos cegos na escrita feminina na historiografia da literatura. O diálogo entre a violência ficcional sofrida pela protagonista do conto e a violência simbólica e empírica vivida pela referida escritora andam ombro a ombro com as inúmeras violações de direitos vivenciadas pelas mulheres até os dias atuais. O referencial teórico compõe-se, principalmente, por Woolf (1928), Telles (1988), Perrot (2005) e Colling (2004). Discutiu-se a representação dessa mulher que anseia sair do silenciamento, que, por sua vez, também é uma forma de violência.
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