REPENSANDO A GESTÃO E A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO: PERSPECTIVAS DE INTERVENÇÃO A PARTIR DA PARTICIPAÇÃO DOS TRABALHADORES
DOI:
https://doi.org/10.18540/revesvl1iss3pp0471-0482Palabras clave:
Trabalho. Gestão. Saúde e adoecimento no trabalho. Clínicas do trabalho.Resumen
O presente artigo apresenta o relato de duas experiências de pesquisa, realizadas com base na premissa de escuta e participação dos trabalhadores, a partir das clínicas do trabalho. A primeira pesquisa analisou a questão do reconhecimento dos empregados em uma empresa pública do setor de serviços; já a segunda permitiu discutir o trabalho dos agentes comunitários de saúde nas estratégias de matriciamento em saúde mental do SUS Betim. Ambas as experiências podem ser caracterizadas como pesquisa-ação, sendo que a primeira teve como referencial teórico a psicossociologia e a segunda a clínica da atividade. A análise das duas pesquisas em paralelo permitiu verificar que, mesmo se tratando de contextos muito distintos, a gestão das duas instituições é marcada pela submissão e ausência de escuta dos trabalhadores, o que causa sofrimento no trabalho. Por outro lado, a realização das duas pesquisas permitiu aos sujeitos se apropriarem de suas atividades laborais e passarem a sugerir mudanças, capazes de promover a saúde, a satisfação e o reconhecimento pela via do trabalho. O artigo contribuiu para uma reflexão crítica acerca dos modos de gestão atuais, bem como apontou a para possibilidade de construção de uma nova gestão que traga melhorias tanto para os trabalhadores quanto para as organizações.
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