INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL E BLOCO NO PODER (2011-2016)
DOI:
https://doi.org/10.18540/revesvl2iss3pp0433-0446Palabras clave:
Neodesenvolvimentismo, Dilma Rousseff, Construção Civil, Operação Lava JatoResumen
A crise política e econômica no Brasil teve como fundamento a reorganização das classes no bloco no poder. Este artigo tem como objeto a indústria da construção civil no Brasil ao longo dos governos Dilma Rousseff (2011-2016). Utilizamos os conceitos de fração burguesa e de bloco no poder desenvolvidos por Nicos Poulantzas para explicar importantes conflitos presentes no processo político brasileiro. Nossa hipótese é que durante a crise do governo de Dilma Rousseff existiu um acirramento da disputa pelo orçamento público entre as frações burguesas, e isso induziu a uma alteração da posição política do médio capital da construção civil, que deixou de cumprir um papel subordinado ao grande capital e passou atuar abertamente contra ele. Em outras palavras, o médio capital da construção civil constituiu-se enquanto fração autônoma da classe capitalista, a fim de obter a prioridade nas políticas de Estado para esse setor. Essa mudança teria acontecido, em especial, após o início da Operação Lava-Jato que atingiu as grandes construtoras nacionais.
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