LITERATURA AFRO-BRASILEIRA EMPENHADA OU A RESISTÊNCIA À DISTOPIA EM DOIS MOMENTOS
MACHADO DE ASSIS E LIMA BARRETO
Resumo
No presente trabalho procuramos dialogar com o empenho de dois escritores e intelectuais negros que, de modos distintos, tentaram romper o máximo que puderam os obstáculos diários lançados sobre a população negra/afro-brasileira desde a consolidação do pensamento colonial. Enquanto Machado de Assis, fundador e primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras, obteve reconhecimento de sua intelectualidade ainda em vida, Lima Barreto, por sua vez, trilhou searas mais amargas, sendo celebrado tardiamente pela crítica literária brasileira. Em nosso estudo percorremos as linhas-mestras da crítica literária e cultural brasileira que buscaram embranquecer Machado, lendo-o como um Homero caucasiano brasileiro, ao mesmo tempo em que com crueldade promoveu uma espécie de “isolamento” do escritor Lima Barreto. Enquanto desconstruímos essas leituras, apresentamos novas possibilidades de reenquadramento estéticos, biográficos e sócio-históricos para estes dois expoentes da Literatura Brasileira moderna.