FALSA MODERNIDADE, FALSOS LEITORES
Resumen
O debate entre defensores da Antigüidade e da Modernidade animou muitos literatos ao longo dos séculos, não faltando bons argumentos de cada lado. Tal discussão mostrou-se muitas vezes inócua, refém de um movimento cíclico em que o “novo” de hoje torna-se o “arcaico” de amanhã. Ela só avançou a partir da percepção de cada época pode ser considerada perfeita a seu modo, abrindo caminho para o entendimento da beleza atemporal. Fez-se necessário um novo paradigma: o crivo do tempo. Segundo essa concepção, clássicos são obras capazes de atravessar o tempo sem perder o valor estético. Por mais que o cânone seja concebido por meio de instituições e expresse as preferências de determinado grupo, em determinado contexto, ele não resiste à prova do tempo; o tempo liberta a literatura dos valores efêmeros. Em Cândido, Voltaire reflete sobre essa questão, com muita sutileza e ironia. Um diálogo entre dois personagens expressa o perfil de dois leitores distintos. Um deles, Cândido, está disposto a romper suas expectativas habituais por meio da literatura; o outro, Pococuranté, prefere o território seguro dos livros de compreensão instantânea. Enquanto o protagonista maravilha-se diante de Homero, seu interlocutor desdenha a obra, comparando-a uma “medalha enferrujada”. Neste artigo, discute-se um tipo de modernidade que, em vez de designar o novo, refere-se às obras de consumo fácil. Uma falsa modernidade, para falsos leitores.Descargas
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Publicado
2018-12-11
Cómo citar
Pajolla, A. D. de S. (2018). FALSA MODERNIDADE, FALSOS LEITORES. Revista De Ciências Humanas, 2(7). Recuperado a partir de https://beta.periodicos.ufv.br/RCH/article/view/3540
Número
Sección
Artigos