Homens por vir: reflexões sobre o processo de construção das masculinidades na educação infantil a partir de jogos e brincadeiras

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22294/eduper/ppge/ufv.v9i1.884

Palavras-chave:

Jogos e brincadeiras. Masculinidades. Educação infantil.

Resumo

Este artigo aborda modos pelos quais alunos da educação infantil constroem e vivenciam, por meio de jogos e brincadeiras, suas masculinidades. Para tal, apropriando-nos de estudos de gênero, culturais e winnicottianos discutimos como os alunos de uma creche localizada em Duque de Caxias - RJ constroem e revelam, no cotidiano escolar, suas masculinidades. Neste sentido, o objetivo central deste texto é refletir como alguns jogos e brincadeiras na educação infantil interferem diretamente no processo de coconstrução das masculinidades. Os principais instrumentos para a geração destes dados foram a observação do cotidiano escolar, as anotações de conversas informais consideradas significantes feitas por um dos autores e as memórias de ex-alunos, por meio de contatos realizados nas redes sociais. A partir dos resultados obtidos, verificamos que, por meio do planejamento e do desenvolvimento de jogos e brincadeiras na educação infantil, as crianças evidenciaram uma desnaturalização de marcas e visões essencializadas da identidade masculina, contribuindo para problematizar processos hegemônicos de construção de suas masculinidades.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Paulo Melgaço Silva Junior, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Pós doutorando em Educação UFRJ - Doutor em Educação - UFRJ. Professor da Rede pública do Estado do Rio de Janeiro.

Maria Vitoria Campos Mamede Maia, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Professora Associada da Faculdade de Educacao da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Coordenadora do Grupo de Pesquisa LUPEA-PPGE

Ana Ivenicki, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Professora Titular da Faculdade de Educação da  Universidade Federal do Rio de Janeiro. Pesquisadora do CNPq.

Referências

AIZENCANG, Noemí. Jugar, aprender y enseñar: relaciones que potencian los aprendizajes escolares. Buenos Aires: Manatial, 2005.

BADINTER, Elisabeth. XY: sobre a identidade masculina. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993.

BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

BUTLER, Judith. Undoing gender. New York: Routledge, 2004.

CAETANO, Marcio Rodrigo Vale; SILVA JÚNIOR, Paulo Melgaço da; HERNANDEZ, Jimena de Garay. Ninguém nasce homem, torna-se homem: as masculinidades no corpo e o corpo nas práticas curriculares das masculinidades. Revista Periódicus, Salvador, v. 1, n. 2, p. 8-18, nov. 2014.

CONNELL, Robert William. Políticas de masculinidade. Educação e Realidade, Porto Alegre, v. 20, n. 2, p. 185-206, jul./dez. 1995.

CONNELL, Robert William. The men and the boys. Berkeley: The University of California Press, 2000.

IVENICKI, Ana; XAVIER, Giseli Pereli de Moura. Currículo multicultural e desafio a fronteiras de exclusão: reflexões e experiências de construção docente coletiva. In: NASCIMENTO, Adir Casaro; BACKES, José Licínio (Orgs.) Inter/multiculturalidade, relações étnico-culturais e fronteiras da exclusão. Campinas: Mercado das Letras, p. 195- 210, 2015.

LOURO, Guacira Lopes. Um corpo estranho: ensaios sobre sexualidade e teoria queer. Belo Horizonte: Autêntica, 2004.

MAIA, Maria Vitória Campos Mamede. Criar e brincar: o lúdico no processo de ensino e aprendizagem. Rio de Janeiro: WAK, 2014.

MAIA, Maria Vitória Campos Mamede. “Rios sem discurso”: a agressividade da infância na contemporaneidade. Alemanha: Novas Edições Acadêmicas, 2017.

MINAYO, Maria Cecília de Souza (Org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 18 ed. Petrópolis: Vozes, 2001.
MOITA LOPES, Luiz Paulo da. Identidades fragmentadas: a construção discursiva de raça, gênero e sexualidade em sala de aula. Campinas: Mercado das Letras, 2002.

MOITA LOPES, Luiz Paulo da. On being white, heterosexual and male at school: multiple positionings in oral narratives. In: SCHIFFRIN, Deborah; FINA, Anna de; BAMBERG, Michael. Identity and discourse. Oxford: Oxford University Press, 2006.

PIAGET, Jean. A construção do real na criança. Rio de Janeiro: Zahar, 1970.
SILVA, Rosimar Ramos da Silva e. A escola é lugar de brincar? Reflexões sobre a importância do lúdico na educação infantil. Monografia (Graduação em Pedagogia) – Faculdade de Educação da Baixada Fluminense, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Duque de Caxias, 2013.

SULLIVAN, Nikki. A critical introduction to queer theory. Nova York: New York University Press, 2003.

VASCONCELOS, Mário Sérgio. Ousar brincar. In: ARANTES, Valéria Amorim. Humor e alegria na educação. São Paulo: Summus, 2006.

VIANNA, Claudia; FINCO, Daniela. Meninas e meninos na educação infantil: uma questão de gênero e poder. Cadernos Pagu, Campinas, n. 33, p. 265-283, dez. 2009.

WINNICOTT, Donald Woods. O brincar e a realidade. São Paulo: Imago, 1975.

WINNICOTT, Donald Woods. Tudo começa em casa. São Paulo: Martins Fontes, 1996.

Downloads

Publicado

2018-03-21

Como Citar

SILVA JUNIOR, P. M.; MAIA, M. V. C. M.; IVENICKI, A. Homens por vir: reflexões sobre o processo de construção das masculinidades na educação infantil a partir de jogos e brincadeiras. Educação em Perspectiva, Viçosa, MG, v. 9, n. 1, p. 67–86, 2018. DOI: 10.22294/eduper/ppge/ufv.v9i1.884. Disponível em: https://beta.periodicos.ufv.br/educacaoemperspectiva/article/view/6969. Acesso em: 25 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos