Mulheres migrantes, trabalho doméstico: tradição e modernização do fazer doméstico

Autores/as

  • Tatiana Silva Teixeira Universidade Federal de Viçosa
  • Amélia Carla Sobrinho Bifano Universidade Federal de Viçosa
  • Maria de Fátima Lopes Universidade Federal de Viçosa

Resumen

Neste artigo objetivamos comparar as percepções das mulheres migrantes sobre o trabalho doméstico enquanto moradoras do campo e enquanto habitadoras da cidade. Para tanto, entendemos que estes dois espaços são construções sociais e que vão além das suas demarcações físicas. Campo e cidade como materializações abrigam o rural e o urbano, ao passo que estes se assumem como os modos de vida. Para a sua realização recorremos à abordagem qualitativa, priorizando técnicas como: entrevista aberta, história de vida e observação do cotidiano. Evidenciamos que as percepções das mulheres sobre o trabalho doméstico estão relacionadas aos tempos e aos espaços vividos. E, também, que a mudança socioespacial transforma o saber-fazer do trabalho doméstico e as representações dessas mulheres sobre esses dois espaços. Todavia, não constatamos mudanças em suas percepções sobre esse trabalho enquanto uma obrigação feminina, diretamente relacionado às hierarquias de gênero.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Tatiana Silva Teixeira, Universidade Federal de Viçosa

Graduada em Economia Doméstica em 2012 e mestre em Economia Doméstica 2013-2015.

Amélia Carla Sobrinho Bifano, Universidade Federal de Viçosa

Possui graduação em Economia Doméstica pela Universidade Federal de Viçosa (1986), mestrado em Engenharia de Produção pela Escola de Engenharia da UFMG (1999); área de concentração: Engenharia do trabalho e desenvolvimento de produto. Doutorado em Engenharia - Engenharia de Produção, grupo de pesquisa: TTO - Trabalho, Tecnologia e Organização, pela Escola Politécnica - USP (2007). Atualmente é professora adjunta do Departamento de Economia Doméstica/UFV.

Maria de Fátima Lopes, Universidade Federal de Viçosa

Possui graduação em Economia Doméstica pela Universidade Federal de Viçosa (1976), mestrado em Extensão Rural pela Universidade Federal de Viçosa (1983) e doutorado em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1995). Atualmente é professora associada da Universidade Federal de Viçosa.

Citas

BARLETTO. M. Uma experiência de curso de formação de pedagogas – diálogos entre diferentes trajetórias. 2006. 275f. Tese (Doutorado em Educação) Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal Fluminense, Niterói-RJ, 2006.

BIAZZO, P.P. Campo e rural, cidade e urbano: distinções necessárias para uma perspectiva crítica em geografia agrária. In: 4º Encontro Nacional de Grupos de Pesquisa – ENGRUP, São Paulo, 2008, p. 132-150. Disponível em: < http://w3.ufsm.br/gpet/engrup/ivengrup/pdf/biazzo_p_p.pdf> Acesso em: 10 de nov. 2014.

BIFANO, A. C. S., et al. Maneiras de Ser e Fazer: Valorização dos saberes e sabores em Viçosa – MG. Projeto de Pesquisa em andamento. DED, UFV. 2010.

BRUSCHINI, C. O trabalho da mulher brasileira nas décadas recentes. Estudos feministas. 1994.
CAIXETA, J. E.; BARBATO, S. Identidade feminina - Um conceito complexo. Paidéia, v.14, n. 28, 2004 p. 211 -220.
CAMARANO, A. A.; ABRAMOVAY, R. Êxodo Rural, envelhecimento e masculinização no Brasil: Panorama dos últimos 50 anos . Disponível em: < www.abep.nepo.unicamp.br/docs/.../vol15_n2_1998_4artigo_45_65.pdf>. Acesso em: nov. 2010.

COSTA, R. P. de A., J. D. G. HOLERBACH, e A. C. S. BIFANO. Bairro Santo Antônio: relatos e história de um Cantinho de Viçosa. Viçosa-MG, 2011.

FAORO, R. Os donos do poder 2: formação do patronato político brasileiro. 6. ed. Porto Alegre: Editora Globo, 1985.

GIARD, L. Artes de nutrir. In: CERTEAU M.; GIARD, L. (Orgs), A invenção do Cotidiano 2. Petrópoles, RJ: Vozes, 2003.

HILLESHEIM, B. Trabalho doméstico: “serviço de sempre”. In: STREY, M. N.; CABEDA, S. T. L; PREHN, D. R. (orgs). Gênero e Cultura: questões contemporâneas. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2004.

LEFEBVRE, H. O direito à cidade. São Paulo: Editora Moraes, 1991.

LEITE, A. F. O lugar: duas acepções geográficas. In: Anuário do Instituto de Geociências – UFRJ, v.1, 1998. Disponível em: < http://www.anuario.igeo.ufrj.br/anuario_1998/vol21_09_20.pdf > Acesso em: 20 de nov. 2013.
LELIS, J. L. Territórios da informalidade: as diferentes estratégias reprodutivas das famílias inseridas no comércio informal de Viçosa-MG. 214f. Dissertação (Mestrado em Economia Doméstica) Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2011.

LUDWIG, M. P. Da paisagem ao lugar: memória e identidade de um espaço ameaçado por um projeto de barragem. Oikos: Revis. Bras. de Economia Doméstica. v. 17, n.3, 2006, p.251-271.

PAIS, J. M. Vida Cotidiana: enigmas e revelações. São Paulo: Cortez, 2003.

REIS, J. R. T. Família, emoção e ideologia. In: LANE, S. T. M.; CODO, W (Org) Psicologia Social: o homem em movimento. São Paulo: Brasiliense, 2012.

SARDERBERNG, C. M. B.; COSTA, A. A. A. Feminismo, feministas e movimentos sociais. In: BRANDÃO, M. L. R.; BINGEMER, M.C.L. (orgs). Mulher e relações de gênero. São Paulo:Edições Loyola, 1994.

SANTOS, M. A urbanização Brasileira. 2. ed.São Paulo: Editora Hucitec, 1996.

SILVA, E. B. Teorias sobre trabalho e tecnologias domésticas. Implicações para o Brasil. Instituto de Geociência, v. 19, 1997.

SILVA, E. B. Tecnologia e vida doméstica nos lares. Cadernos pagu (10), 1998, p. 21-52.

Publicado

2017-06-25

Cómo citar

Teixeira, T. S., Bifano, A. C. S., & Lopes, M. de F. (2017). Mulheres migrantes, trabalho doméstico: tradição e modernização do fazer doméstico. Oikos: Família E Sociedade Em Debate, 28(1), 79–104. Recuperado a partir de https://beta.periodicos.ufv.br/oikos/article/view/3743

Número

Sección

Artigos

Artículos más leídos del mismo autor/a