A memória política como estratégia de conformação e ação do Movimento de Atingidos pela Barragem de Tucuruí
DOI:
https://doi.org/10.36363/rever72201867-92Resumo
RESUMO
O presente trabalho pretende mostrar como o uso da memória política, manifestada em diferentes materiais escritos, permitiu que os atingidos pela usina hidrelétrica de Tucuruí passassem de reivindicações particulares a um movimento organizado, que se posicionou como um interlocutor legítimo diante da empresa construtora, a Eletronorte, na luta por indenizações justas entre os anos 70 e o começo dos anos 90. Para tal fim, será feita remissão aos diferentes documentos produzidos por eles durante o conflito e utilizados em diversas circunstâncias de negociação com a Eletronorte. Nesse sentido, cabe abordar a memória do processo como um campo em construção, no qual os agentes envolvidos acionam diferentes estratégias políticas e discursivas, que visam a legitimar a perspectiva segundo a qual se posicionam. Dessa forma, busca-se mostrar que a memória não é neutra nem espontânea, e que sua construção é atravessada pelos interesses em jogo dos agentes que a evocam.
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