Morfologia e papel das redes sociais no processo de reintegração social de apenados

Autores

  • Stella Maria Gomes Tomé
  • Maria das Dores Saraiva de Loreto Universidade Federal de Viçosa
  • Tereza Angélica Bartolomeu Universidade Federal de Viçosa
  • José Ferreira Noronha

Resumo

O quadro de vulnerabilidade social enfrentado pelos apenados e os problemas carcerários ressaltam a importância de uma reflexão acerca das redes sociais.  Nesse sentido, objetivou-se caracterizar a morfologia e o papel desempenhado pelas redes sociais no processo de reintegração social de apenados do Sistema Prisional Comum em Piumhi/MG e da Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (APAC) em Viçosa/MG. A pesquisa exploratório-descritiva envolveu 23 indivíduos, sendo utilizado o grupo focal, a pesquisa documental e entrevistas semiestruturadas. Os resultados mostraram que a relação de confiança entre os atores sociais proporciona condições para o estabelecimento das redes, com predomínio da chamada “Rede de Íntimos”, que representa uma estratégia de produção, trabalho e reprodução social. Concluiu-se que as redes sociais, com menor dimensão e densidade, promovem reintegração social, fundamentada na aquisição de emprego e retorno à vida familiar e social, uma vez que incentivam relações de proximidade, sensação de pertencimento e reconhecimento.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Stella Maria Gomes Tomé

Professora de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do IFMG - Campus Bambuí/MG

Maria das Dores Saraiva de Loreto, Universidade Federal de Viçosa

Professora Associada da Universidade Federal de Viçosa/MG. Universidade Federal de Viçosa, Centro de Ciências Humanas Letras e Artes, Departamento de Economia Doméstica – Viçosa – MG.

Tereza Angélica Bartolomeu, Universidade Federal de Viçosa

Professora Associada da Universidade Federal de Viçosa/MG. Universidade Federal de Viçosa, Centro de Ciências Humanas Letras e Artes, Departamento de Economia Doméstica – Viçosa – MG

José Ferreira Noronha

Assessor da Diret. de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão do IFMG- Campus Bambuí/MG.

Referências

BANDEIRA; L.; BATISTA, A. S. Preconceito e discriminação como expressões de violência. Estudos Feministas, Ano 10, p. 119- 141, 2002

BARRETO, M. L. S. Depois das grades: um reflexo da cultura prisional em indivíduos libertos. Psicologia: ciência e profissão. v.26, n.4, p. 582-593, 2006.

BOURDIEU, P. O poder simbólico. 2ª edição. Rio de Janeiro. RJ. Editora Bertrand Brasil, 1998.

BRANCO, B. M. A Medida de Atividade Externa dos Adolescentes Infratores Internos da Fundação de Atendimento Sócio-Educativo e as Características da Rede Social e do Funcionamento Familiar. 2006. 131 f. [Dissertação de Mestrado]. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, RS, 2006.

CANUTO, L. Detentos vão poder falar com amigos e parentes pela WEB, 16/05/2010. Disponível em: <http://www.exame.com.br> Acessado em: 22/01/2012.

CASTELLS, M. Sociedade em rede. (A Era da Informação: Economia, Sociedade e Cultura, vol. 1). 10 ª edição. São Paulo, SP. Editora Paz e Terra, 2007.

COSTA, J. Ordem Médica e Norma Familiar. 4ª ed. Rio de Janeiro: Graal, 1999.

DESSEN, M. A; JUNIOR, Á. L. C.. A ciência do desenvolvimento humano: tendências atuais e perspectivas futuras. Porto Alegre. RS. Editora Artmed, 2005.

FONSECA, K. P. da. (Re)pensando o Crime Como Uma Relação de Antagonismo Entre Seus Autores e a Sociedade. Revista Psicologia: Ciência e Profissão. v..26, n.4 , pp. 532-547, 2006.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir. 36ª edição. Petrópolis, RJ. Editora Vozes, 2009.

GOFFMAN, E. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. 4ª edição. Rio de Janeiro, RJ. Editora LTC, 2008.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Contagem da População. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br> Acessado em: 25/01/2012.

JACOBY A. Felt versus enacted stigma: a concept revisited. Evidence from a study of people with epilepsy in remission. Soc Sci Med. V. 38, n.2, p.269-74, 1999.

KLEIN, F. B. Pensando os modos de vida dos familiares dos reeducandos do Presídio Estadual de Cruz Alta. Disponível em: <http://br.monografias.com/trabalhos900/poder-familia-preso/poder-familia-preso>. Acessado em: 10/01/2012.

LEMOS, A.M.; MAZZILLI, C.; KLERING, L.R. Análise do Trabalho Prisional: um Estudo Exploratório. RAC, v.2, n.3, p. 129-149, 1998.

LORETO, M. D. S. de; RUELA, D; GOMES, A L; VILLELA, J; BERGER, J; LOPES, I. P. E.; LOPES, C. I. O papel das redes sociais na provisão das necessidades das famílias em situação de vulnerabilidade social In: XX Congresso Brasileiro de Economia Doméstica. Fortaleza: ABED/UFC, 2009.

MARQUES, E. C. L. As redes importam para o acesso a bens e serviços obtidos fora de mercados? Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, vol.24, n.71, Out. 2009.

OTTOBONI, Mário. Vamos matar o criminoso? Método APAC. São Paulo: Paulinas, 2001.

PORTUGAL, S. Contributos para uma discussão do conceito de rede na teoria sociológica Disponível em: <http://www.ces.uc.pt/publicacoes/oficina/271/271.pdf> Acessado em: 19/01/2012.

REGO, M. H. S.; GIACOMASSI, I. Estudo Comparativo dos Tratamentos realizados nas Instituições Carcerárias no Estado de São Paulo. Disponível em: <www.brazcubas.br> Acessado em: 18/01/2012.

SCHELP, Diogo. O Brasil Atrás das Grades. Revista Veja, Brasília, n.º 2192, p. 104, nov. 2010.

WAISELFISZ, J. J. Mapa da Violência 2012 - Os Novos Padrões da Violência Homicida no Brasil. SP: Sangari, 2011.

Downloads

Publicado

2012-06-15

Como Citar

Tomé, S. M. G., Loreto, M. das D. S. de, Bartolomeu, T. A., & Noronha, J. F. (2012). Morfologia e papel das redes sociais no processo de reintegração social de apenados. Oikos: Família E Sociedade Em Debate, 23(1), 147–169. Recuperado de https://beta.periodicos.ufv.br/oikos/article/view/3645

Edição

Seção

Artigos

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

1 2 > >>