Maternidade e trabalho: percepções de bancárias
Resumen
Este estudo buscou analisar a percepção de bancárias-mães sobre a administração da interface entre a família e o trabalho remunerado de acordo com os programas de responsabilidade social implementados pelos bancos. A amostra foi composta por 12 funcionárias que estavam passando por períodos de gestação ou que já possuíam filhos a partir do ano 2000 e eram funcionárias de bancos públicos e privados das cidades de Arcos, Formiga e Piumhi. A coleta de dados foi realizada através da pesquisa documental e entrevista fundamentada em um roteiro semi-estruturado. Os resultados mostraram que os programas eram abrangentes e desconsideravam especificidades, como questões relacionadas ao segmento feminino. Embora as funcionárias tenham relatado apoio dos bancos durante o período de gestação e maternidade, este apoio já estava previsto em lei. A dificuldade em administrar as diferentes demandas e papéis comprometeu a performance no trabalho e a qualidade de vida familiar.
Palavras Chave: Responsabilidade social corporativa, Interface família-trabalho remunerado, Qualidade de vida.
ABSTRACT
This study aimed to analyze the perception of mothers working in a bank regarding the management of the work-family interface according to the social responsibility programs implemented by the banks. The sample was composed by 12 workers who were pregnant or had children from 2000 on. They worked in public and private banks in the cities of Arcos, Formiga and Piumhi. The data were collected through documents and semi-structured interviews. The results indicated that the programs were comprehensive and, as so, did not consider specific women’s needs. Although women related support during pregnancy and motherhood, this support were considered by federal Law. The difficulty in managing different demands and roles interfered on work performance and family quality of life.
Key-words: Corporate social responsibility, family-work interface, Quality of lifesupport during pregnancy and maternity, this support were consider by federal Law. The difficulty in managing different demands and roles interfered with the work performance and personal and family quality of life.
Descargas
Citas
ARAÚJO, C.; PICANÇO, F.; SCALON, C. Novas Conciliações e Antigas Tensões? Gênero, família e trabalho em perspectiva comparada. Bauru: Edusc, 2007. 368p.
ARAÚJO, C.; SCALON, C. Gênero e a distância entre a intenção e o gesto. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 21, n. 62, p. 45-68, 2006.
BASTANI, R.; HANSEN, I.; PEDROSO, E. Retrato da Mulher Bancária: trabalho, família e cidadania. Porto Alegre: FEEB- RS, 1990.
BORGES DE OLIVEIRA, C. Sobre lazer, tempo e trabalho na sociedade de consumo. Conexões, v.2, n.1, 2004. Disponível em: <http://www.facape.br/ruth/adm-filosofia/>. Acesso em: 02 Fev. 2011.
BRASIL. Senado Federal. Licença maternidade 180 dias. Disponível em: <http://www.senado.gov.br/>. Acesso em: 23 Fev. 2011.
BRUSCHINI, C. Gênero e trabalho no Brasil: novas conquistas ou persistência da discriminação? In: ROCHA, Maria Isabel Baltazar da (org.). Trabalho e gênero: mudanças, permanências e desafios. Campinas: ABEP/NEPO/UNICAMP e CEDEPLAR/UFMG. São Paulo: Ed. 34, 2000.
BRUSCHINI, C. O trabalho da mulher brasileira nas décadas recentes. Estudos Feministas, Rio de Janeiro, CIEC/UFRJ, nº especial, p. 179-199, 1994.
BRUSCHINI, C.; LOMBARDI, M. R.; UNBEHAUM, S. Trabalho, renda e políticas sociais: avanços e desafios. In: FUNDO DE DESENVOLVIMENTO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A MULHER. O Progresso das mulheres no Brasil. Brasília: Fundação Ford; Cepia, 2006. p. 60-93.
CARLOTO, C. M. Gênero, reestruturação produtiva e trabalho feminino. Serviço Social em Revista, v. 4., n. 2, 2002.
COOPER, G. L; LEWIS, S. E agora, trabalho ou família? pais e mães que trabalham fora aprendem como enfrentar as sobrecargas profissionais e familiares do dia-a-dia. São Paulo: Editora Tâmisa, 2000.
DE MAIS, D. (Coord). A Sociedade pós-industrial. 2. ed. São Paulo: Senac, 1999.
DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATÍSTICA E ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS – DIEESE. As Mulheres nos Bancos. Estudos e Pesquisas. São Paulo, Mar 2005. Ano I, n.7.
DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATÍSTICA E ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS – DIEESE. Mulher no Trabalho. São Paulo, Mai 1997. Disponível em: <http://www. dieese.org.br/esp/es2mai97.xml>. Acesso em: 25 Mai. 2010.
DRAGO, R. W. Striking a balance: Work, family, life. Boston, MA: Economic Affairs Bureau, Inc., 2007.
GOLDSTEIN, I. S.. Responsabilidade Social: das grandes corporações ao terceiro setor. São Paulo: Ática, 2007. 152p.
IBGE. Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/cidadesat>. Acesso em: 17 Mar. 2010.
MELO, H. P. de. O serviço doméstico remunerado no Brasil: de criadas a trabalhadoras. Rio de Janeiro: IPEA, 1998. (Texto para Discussão, n. 565).
MODENESI GOMES, Karideny Nardi. Responsabilidade social nas empresas: Uma nova postura empresarial – O caso CST In: Responsabilidade social das empresas: a contribuição das universidades – Volume III. São Paulo: Peirópolis, 2004, p.34-73.
NOGUEIRA, C. M. A Feminização no mundo do trabalho: entre a emancipação e a precarização. Campinas, SP: Autores Associados, 2004.
PASSADOR, C. S.. A Responsabilidade Social no Brasil: uma questão em andamento. In: VII Congresso Internacional dela CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Admnistración Pública, Lisboa, Portugal 8-11 Oct, 2002.
PEREIRA, E. T. As faces de Pandora: a mulher na família, no trabalho e no lazer. Rio de Janeiro: Universidade Gama Filho, 2005. (Tese de doutorado).
PICANÇO, F. S. Amélia e a mulher de verdade: representações dos papeis da mulher e do homem em relação ao trabalho e a vida familiar. In: ARAÚJO, Clara.; SCALON, Celi. Gênero, família e trabalho no Brasil. Rio de Janeiro: FGV, 2005. p. 149-172.
RIBEIRO, C. A. C. Classe e gênero no Brasil contemporâneo: mobilidade social, casamento e divisão do trabalho doméstico. ARAÚJO, Clara;
SANTOS, E. M. Feminismo em Movimento, Reflexos na Luta das Bancárias. Disponível em: <http://www.cut.org.br/content/view/2726/170/>. Acesso em: 13 Abr. 2010.
SARAIVA, F. C. Serviços gerais e trabalho doméstico: a participação masculina. Viçosa: UFV, 2000.
SINDICATO DOS BANCÁRIOS DE BH E REGIÃO. Mulher Bancária – Igualdade de Oportunidades. Disponível em: <http://extranet.bancariosbh.org.br/novosite/>. Acesso em: 12 Abr. 2010.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Direitos da mulher trabalhadora na gravidez, no pós-parto e durante o aleitamento materno. Disponível em: <http://www.sbp.com.br>. Acesso em 25 Fev. 2011.
SORJ, B.; FONTES, A.; MACHADO, D. C. Políticas e Práticas de Conciliação entre Família e Trabalho no Brasil. Cadernos de Pesquisa (Fundação Carlos Chagas), v. 37, p. 573-594, 2007.
TEIXEIRA, K. M. D. A Administração de recursos na família: Quem? Como? Por quê? Pra quê? Viçosa, MG: Editora UFV, 2005. 94p.
TENÓRIO, F. G. Responsabilidade Social Empresarial. Teoria e prática. 2.ed. Rio de Janeiro: FGV, 2006. 260p.
WHITEHEAD, D. L.; KORABIK, K.; LERO, D. Work-family integration: Introduction and overview (pp. 3-11). In: K. Korabik; D. S. Lero; D. L. Whitehead. Handbook of work-family integration: Research, theory, and best practices. San Diego, CA: Elsevier, 2008.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
A revista se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores.
Os trabalhos publicados passam a ser propriedade da revista Oikos: Família e Sociedade em Debate. Deve ser consignada a fonte de publicação original. Para a disponibilização e utilização dos artigos em acesso aberto, o periódico adota a licença Creative Commons Attribution 4.0 International Public License: CC BY 4.0. Isso significa que outras pessoas podem compartilhar - copiar ou distribuir o material em qualquer mídia ou formato; adaptar - remixar, transformar e criar a partir do material para qualquer fim, desde que atribuído o devido crédito, fornecer um link para a licença e indicar se foram feitas alterações" (CC BY 4.0).
As opiniões emitidas pelos autores dos artigos são de sua exclusiva responsabilidade.
Quanto às questões de plágio, a Oikos utiliza o software de verificação de similaridade de conteúdo – política de plágio (CopySpider) nos artigos submetidos ao periódico.
Ao submeter o artigo, o autor se compromete que os dados relatados no artigo não são resultados de má conduta ética, tais como: dados produzidos, uso indevido de imagens, falsificação, plágio, autoplágio ou duplicidade. O autor declara que nada no artigo infringe qualquer direito autoral ou de propriedade intelectual de outrem, pois, caso contrário, ele poderá responder integralmente por qualquer dano causado a terceiros, em todas as esferas administrativas e jurídicas cabíveis, nos estritos termos da Lei nº 9.610/98