Iniciação científica: possibilidades e limites à instauração de um círculo virtuoso
DOI:
https://doi.org/10.22294/eduper/ppge/ufv.v8i1.825Keywords:
Iniciação Científica, Processo de Orientação, Educação Básica.Abstract
Neste artigo, de caráter teórico-empírico, resultante de uma pesquisa de doutorado, refletimos sobre aspectos relacionados à extensão da Iniciação Científica (IC) à Educação Básica (EB), com a implementação da Iniciação Científica Júnior (ICJ), a partir do ano de 2003. Com características que se aproximam e outras se distanciam da consolidada IC na Graduação, a ICJ conta com poucos dados e pesquisas. Constatamos que se objetiva, por meio da política de IC e ICJ, aproximar a Pós-graduação, a Graduação e a EB, processo que tem possibilitando que muitos bolsistas incorporem certos habitus específicos do campo acadêmico. Em termos antropológicos e educacionais, este processo pode ser caracterizado como um “ritual de iniciação ou passagem”, aqui entendido como rito de formação.
Downloads
References
BARTHES, Roland. A aula. 7 ed. São Paulo: Cultrix, 1997.
BAZZO, Vera Lúcia. Constituição da profissionalidade docente na educação superior: desafios e possibilidades. 2007. 265f. Tese (doutorado) – Faculdade de Educação. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
BIANCHETTI, Lucídio; MACHADO, Ana Maria N. Orientação/escrita de dissertações e teses em questão: produção científica e estratégias de orientadores e Coordenadores de PPGEs. Relatório final de projeto do CNPq, Edital Universal (Processo 479166/01-3). Florianópolis, PPGE/UFSC, 2005.
BIANCHETTI, Lucídio. O desafio de escrever dissertações/teses: como incrementar a quantidade e manter a qualidade com menos tempo e menos recursos? In: BIANCHETTI, Lucídio; MACHADO, A. M. N. (Org.). A bússola do escrever: desafios e estratégias na orientação e escrita de teses e dissertações. 3 ed. São Paulo: Cortez, 2012.
BIANCHETTI, Lucídio. Formação e atuação de orientadores de dissertações e teses: De uma prática intuitivo-individual à uma práxis coletivo-grupal em vias de formalização/afirmação. Em direção a uma ´pedagogia´ da orientação. 2014. Projeto de pesquisa encaminhado ao CNPq, para ser desenvolvido entre 2015 a 2019, na condição de Pesquisador Produtividade.
BIANCHETTI, Lucídio. Do solitário ao solidário. Relato e reflexões sobre uma praxis em um Programa de Pós-Graduação em Educação. In: OLIVEIRA, Adriano de; ARAUJO, Emília Rodrigues; BIANCHETTI, Lucídio (Org.). Formação do investigador: Reflexões em torno da escrita/pesquisa/autoria e orientação. 1. ed. Braga, Portugal: CECS/UMINHO/CED/UFSC, PT, 2014a. v. 1. p. 74-93. Disponível em: <http://www.lasics.uminho.pt/ojs/index.php/cecs_ebooks/issue/view/151>. Acesso em: 04 mar. 2017.
BOURDIEU, Pierre. A distinção. Crítica social do julgamento. Porto Alegre/São Paulo: Zouk /EDUSP, 2008.
BOURDIEU, Pierre. Os ritos de instituição. In: BOURDIEU, Pierre. A economia das trocas linguísticas: o que falar quer dizer. São Paulo: EDUSP, 1998, p. 97-106.
BOURDIEU. Pierre. O poder simbólico. Lisboa: Difel, 1989.
CALAZANS, Maria Julieta Costa. (Org.). Iniciação científica: construindo o pensamento crítico. São Paulo: Cortez, 2002.
CAPES. Programa Jovens Talento para Ciência. Edital n. 26/2014. Disponível em: <http://www.capes.gov.br/images/stories/download/editais/Edital_026_2014_JTC.pdf>. Acesso em: 17 nov. 2014.
CARRARA, Kester. Iniciação científica: um roteiro comentado para estudantes. São Paulo: Avercamp, 2014.
CNPq. Bolsas e taxas no país. 2013. Disponível em: <http://www.cnpq.br/web/guest/no-pais>. Acesso em: 17 nov. 2015.
CURY, Carlos Roberto Jamil. Graduação/pós-graduação: a busca de uma relação virtuosa. Educação & Sociedade, Campinas: CEDES, v. 25, n. 88, p. 777-794, out. 2004. Edição Especial.
DUARTE, Newton. A Individualidade para si: contribuição a uma teoria histórico-crítica da formação do indivíduo. 3.ed. Campinas: Autores Associados, 2013.
FERREIRA, Cristina Araripe. Concepções de iniciação científica no ensino médio: uma proposta de pesquisa. Trabalho, Educação e Saúde, v. 1, n. 1, p. 115-130, 2003. Disponível em: <http://www.epsjv.fiocruz.br/upload/ArtCient/10.pdf>. Acesso em: 04 abr. de 2017.
FERREIRA, Cristina Araripe; et al (Orgs.). Juventude e iniciação científica: políticas públicas para o ensino médio. Rio de Janeiro: EPSJV, UFRJ, 2010, p. 11-25.
FILIPECKI, Ana; BARROS, Susana de Sousa; ELIA, Marcos da Fonseca. A visão dos pesquisadores-orientadores de um programa de vocação científica sobre a iniciação científica de estudantes de ensino médio. Ciência e Educação, Bauru, v. 12, n. 2, p. 199-217, 2006.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 50 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2011.
GIANETTI, Eduardo. O livro das citações. São Paulo: Companhia das letras, 2008.
KANT, Immanuel. O que é o esclarecimento? Revista Espaço Acadêmico, Rio de Janeiro, n. 31, dez. 2003. Disponível em: <http://www.espacoacademico.com.br/031/31tc_kant.htm>. Acesso em: 31 mar. 2017.
KUENZER, Acácia Zeneida; MORAES, Maria Célia Marcondes de. Temas e tramas na pós-graduação em educação. In: BIANCHETTI, Lucídio; SGUISSARDI, Valdemar. (Orgs.). Dilemas da Pós-graduação. Campinas: Autores Associados, 2009.
LUKÁCS, György. Questões Metodológicas Preliminares. In: Ontologia do ser social: os princípios fundamentais de Marx. São Paulo: Editora Ciências Humanas, 1979. p. 11-34.
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Avaliação do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) do CNPq e Propostas de Ação. Recife: URPE, 1996.
MARQUES, Mario Osório. Escrever é preciso. O princípio da pesquisa. 2 ed. Petrópolis: Vozes, 2011.
MATTOS, Valéria de Bettio. Pós-graduação em tempos de precarização do trabalho: alongamento da escolaridade e alternativa ao desemprego. São Paulo: Xamã, 2011.
NEVES, Rosa Maria das; LEITE, Siomara Borba. A iniciação científica: vocação de genialidades ou prática cultural? In: CALAZANS, Maria Julieta C. (Org.). Iniciação científica: construindo o pensamento crítico. São Paulo: Cortez, 2002, p. 163-183.
NOVAIS, Gisele. Jovens talentos: novo programa pretende inserir estudantes no meio científico. 2012. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_
content&view=article&id=17562:novo-programa-pretende-inserir-estudantes-no-meio-cientifico&catid=209. Acesso em: 28 fev. 2017.
OLIVEIRA, Adriano de. A Iniciação Científica Júnior (ICJ): aproximações da educação superior com a educação básica. Tese (Doutorado) – Centro de Ciências da Educação, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2015.
OLIVEIRA, Ivanilde Apoluceno. Projetos de iniciação científica no campo educacional. In: BIANCHETTI, Lucídio.; MEKSENAS, Paulo. (Orgs.). A trama do conhecimento. Teoria, método e escrita em ciências e pesquisa. 2 ed. Campinas: Papirus, 2011.
PIRES, Regina Celi Machado. A formação inicial do professor pesquisador universitário no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica – PIBIC/CNPq e a prática profissional de seus egressos: Um estudo de caso na Universidade do Estado da Bahia. 2008. 356f. Tese (doutorado) – Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
RODOLPHO, Adriane Luisa. Rituais, ritos de passagem e de iniciação: uma revisão da bibliografia antropológica. Estudos Teológicos, São Leopoldo, EST, v. 42, n. 2, p. 138-146, 2004.
SAVIANI, Demerval. A pós-graduação em educação no Brasil: pensando o problema da orientação. In: BIANCHETTI, Lucídio; MACHADO, Ana Maria Netto (Orgs.). A bússola do escrever. Desafios e estratégias na orientação e escrita de teses e dissertações. 3 ed., São Paulo: Cortez, 2012.
SCORSOLINI-COMIN, Fabio. Guia de orientação para iniciação científica. São Paulo: Atlas, 2014.
SILVA, Evellyn Ledur da. A universidade e o ensino da pesquisa: o caso do PIBIC da UFSC. Florianópolis. 2012. 146f. Dissertação (mestrado) – Centro de Ciências da Educação. Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.
STEINBACH, Greicy. A monitoria no ensino superior: um estudo de caso na UFSC. 2015. 176f. Dissertação (mestrado) – Centro de Ciências da Educação. Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.
VALLE, Ione Ribeiro. O lugar da educação (escolar) na sociologia de Pierre Bourdieu. Revista Diálogo Educacional, Curitiba, v. 13, n. 38, p. 411-437, jan/abr. 2013.
VAN GENNEP, Arnold. Os ritos de passagem. Petrópolis: Vozes, 1978.
VIANA, Cleide Maria Quevedo Quixadá; VEIGA, Ilma Passos Alencastro. O diálogo acadêmico entre orientadores e orientandos. Educação, Porto Alegre, v. 33, n. 3, p. 222-226, set/dez. 2010. Disponível em: <http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/faced/
article/view/8079>. Acesso em: 17 mar. 2017.
VIGOTSKY, Lev Semyonovich. A Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984.
WALKER, Melanie; THOMSON, Pat. (Ed.). The routledge doctoral supervisor´s companion. supporting effective research in education and the social sciences. London and New York: Toutledge, 2010.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
A Revista se reserva o direito de efetuar nos originais alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores. Os trabalhos publicados passam a ser propriedade da Revista Educação em Persspectiva.